INFRAESTRUTURA

Projeto da Transcampesina é aprovado com aporte inicial de 15 milhões de dólares por Fundo do Mercosul

Na última semana, a Bancada Gaúcha esteve reunida com o vice-presidente Geraldo Alckmin para tratar da Transcampesina Foto: Divulgação TP

Nesta quinta-feira (25), foi anunciada a aprovação de 15 milhões de dólares (R$ 77,4 milhões na cotação desta quinta), para o projeto da Rodovia Transcampesina pelo Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). O custo total da obra é de R$ 380 milhões. O projeto foi aprovado durante a 173ª Reunião da Comissão de Financiamento Externos (Cofiex), em Brasília.

O deputado federal Dionilso Marcon (PT), coordenador da Bancada Gaúcha no Congresso Nacional, por meio de sua assessoria, fez o anúncio e comemorou a conquista. “A região e a Bancada se mobilizam há anos por recursos que viabilizem a obra e só foi possível agora pelo compromisso do Governo Lula em desenvolver as relações do Brasil com os países sul-americanos”, disse.

A Rodovia da Transcampesina, com seus quase 170 km, contempla mais de 80 assentamentos da reforma agrária e será, segundo avaliação, fundamental para o desenvolvimento das atividades econômicas dos municípios de Aceguá, Candiota, Herval, Hulha Negra e Pedras Altas. “A região é forte na produção leiteira, de grãos, sementes e de ovinocultura e essa rodovia cumprirá um papel importante no escoamento dos produtos, reduzindo custos e também possibilitando a integração regional e sul-americana, uma vez que faz ligação com os países da fronteira, Uruguai e Argentina”, pontua Marcon, ressaltando ainda que a concretização da rota impactará diretamente na qualidade de vida da população, além de fortalecer a produção e integrar os povos da fronteira”.

Em 2024, a Bancada Gaúcha, coordenada por Marcon, realizou e acompanhou diversas audiências sobre o projeto da rodovia. Desde o começo do ano, foram reuniões com os Ministérios da Fazenda, da Integração, do Planejamento e Orçamento e com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Mais recentemente, a Bancada esteve com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que reverenciou a importância desta obra para o desenvolvimento econômico e social do pampa gaúcho.

UM SONHO ANTIGO

 

Há mais de 10 anos, o sonho da rodovia é pauta na Bancada Gaúcha junto com o Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja), sendo assunto de diversas audiências e reuniões.  Marcon destacou que agora esse projeto se torna realidade com a aprovação pelo Focem.

Para o presidente do Cideja e prefeito de Pedras Altas, Volnei Oliveira (PT), o anúncio deste recurso é a realização de um sonho, que há muito é acalentado pelos municípios e lideranças que fazem parte do consórcio. Para ele, a Transcampesina, que começou a ser tratada ainda no governo da presidente Dilma Rousseff e depois não teve mais avanços, é a certeza que o atual governo federal, do presidente Lula, está de fato olhando para o desenvolvimento da região e do Brasil como um todo. “Este momento é obra de uma luta coletiva, de muito tempo e que tem muitas mãos envolvidas. Precisamos comemorar e seguir trabalhando para conquistar ainda mais”, destaca Volnei.

 

PREFEITOS

 

Na semana passada, o TP conversou com os prefeitos dos municípios contemplados pela Transcampesina, após o encontro com o vice-presidente, que tratou do assunto.

O prefeito de Candiota e ex-presidente do Cideja, Luiz Carlos Folador, já havia adiantado que o projeto tinha sido pré-aprovado pelo governo federal. “Estou muito feliz, pois enquanto era presidente do Cideja, fui duas vezes na sede do Focem, em Montevideu; três vezes no Ministério do Planejamento, em Brasília, e duas vezes no governo do Estado para tratar da Transcampesina”, lembrou Folador.

O prefeito de Aceguá, Marcus Peti, lembrou ser importante a rodovia por serem municípios de fronteira seca e com conexão com o Uruguai. “Além de conectar com o Uruguai, conecta com os municípios vizinhos e vai trazer engajamento e desenvolvimento para a nossa região”, disse Peti.

O vice-prefeito de Herval, Celso Silveira destacou que o município é uma espécie de fim de linha, pela falta de uma ligação asfáltica com os municípios da Campanha e da Fronteira Oeste gaúcha. “Portanto, além de vários outros benefícios em termos de encurtar distâncias, vai melhorar o acesso ao município, facilitar o escoamento da produção e criar uma rota alternativa que leva ao Porto de Rio Grande”, afirmou.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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