Candiota, Bagé, Pelotas e Porto Alegre. Até a última sexta-feira (18) essas foram as cidades em que o robô Starburst Luna já se apresentou durante as tradicionais Feiras de Ciências. O projeto, desenvolvido para auxiliar crianças com autismo, foi criado pelos alunos do 2º ano da escola Jerônimo Mércio da Silveira, Andrielle Pereira, Daiana Silva e Thayluan Carvalho.
No último evento, promovido pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc), a iniciativa garantiu o 2º lugar. Mas eles querem mais. Na primeira visita à redação do Tribuna do Pampa, quando o robô recém havia saído das dependências da escola, eles contaram que se tratava de algo muito maior que um simples trabalho. “Queremos ajudar as crianças com autismo a viver melhor, estamos aprimorando o nosso projeto para ser útil para elas e suas famílias”, afirmaram.
E assim o grupo vem fazendo dia após dia, evento após evento. Onde chegarão com isso? Os limites provavelmente não existam, mas o próximo destino já é certo: a 25ª Ciência Jovem, a Feira de Ciências de Pernambuco, que acontece nos dias 6, 7 e 8 de novembro, em Recife. Entre os 270 projetos, o da escola candiotense foi selecionado na categoria Iniciação à Pesquisa.
Sob a orientação da professora Mandi Bustamante e contando com o apoio do professor Luiz Antônio Dworakowski, o projeto vem sendo trabalhado para constantes aprimoramentos. “Ele anda, se apresenta, agradece e é programado para falar coisas básicas. Já temos um plano montado do que fazer com ele a partir de agora, mas precisamos de mais tempo para isso. Com a ajuda de psicólogo, fonoaudiólogo, pedagogo e dos próprios pais vamos conseguir projetar o robô de acordo com as características de cada criança”, explicaram.
Segundo eles, ainda há muito o que ser modificado, pois trata-se apenas de um protótipo. “Precisamos das peças adequadas, modificar a parte elétrica, ativar o sistema sonar e colocar uma tela de LCD. Estamos pesquisando o modo de fazer tudo isso para apresentar um trabalho cada vez melhor e poder contribuir com os autistas”. Com o robô, de acordo com os objetivos do grupo, já é possível estabelecer melhorias em questões de ressocialização e também educacionais.
Conforme descreveu a professora e orientadora Mandi Bustamante, trata-se de um grupo fantástico – de alunos dedicados, que fazem um trabalho solidário e com muita responsabilidade. “Estou muito feliz por eles. Ajudamos, mostramos os caminhos e eles encaram com extrema dedicação e alegria. Isto é gratificante. Como educadora penso que este é o caminho certo: alunos idealizadores e sonhadores. Sou grata por ajudar o grupo e tenho certeza que irão cada vez mais longe com este projeto que já tomou uma grande proporção. É desse modo que queremos chegar até a comunidade e ajudar cada vez mais as pessoas com autismo”, finalizou.
SAIBA MAIS – A Ciência Jovem é promovida pelo Espaço Ciência do Museu Interativo de Ciência do Estado de Pernambuco e reúne trabalhos de todo o Brasil e de outros países. São cinco categorias: iniciação à pesquisa; divulgação científica; incentivo à pesquisa e desenvolvimento tecnológico; e Francis Dupuis, para projetos do exterior. Além disso, educadores podem participar inscrevendo projetos e compartilhando experiências pedagógicas bem-sucedidas. A Ciência Jovem tem mais de 80 feiras afiliadas de várias partes do país e do exterior. Por meio da relação entre elas, projetos bem classificados na Feira de Pernambuco são credenciados para outras feiras nacionais e internacionais.