EDUCAÇÃO E CULTURA

Projeto “Mãos na Arte: A argila como ferramenta educativa” inicia atividades em cidades do CIDEJA

O primeiro município a ser contemplado foi Pedras Altas Foto: Divulgação TP

O projeto “Mãos na Arte: A Argila como Ferramenta Educativa”, aprovado pelo Pro Cultura através do edital da Lei Paulo Gustavo, deu início em suas atividades nas cidades de Pedras Altas, Herval, Pinheiro Machado e Piratini. O projeto foi um dos 60 selecionados entre mais de 200 propostas na categoria Educação e Cultura, e visa incentivar a prática da cerâmica artesanal nos municípios que compõem o Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (CIDEJA).

A iniciativa pretende envolver mais de 200 educadores e alcançar cerca de 500 alunos da rede municipal de ensino por meio de formações pedagógicas e oficinas de cerâmica. A argila, matéria-prima abundante na região, será utilizada nas ações educativas e artísticas, proporcionando experiências sensoriais e criativas tanto para os educadores quanto para os alunos. Com isso, o projeto busca fortalecer o vínculo cultural com a matéria-prima, além de promover a arte como instrumento pedagógico e expressivo.

De acordo com os responsáveis, além das oficinas e formações, o projeto tem uma visão de longo prazo, considerando as mudanças socioeconômicas que a região do CIDEJA poderá enfrentar nos próximos anos, em função da transição energética. A proposta visa explorar o potencial da argila como uma alternativa econômica sustentável, tendo em vista o possível encerramento das atividades das usinas termelétricas em Candiota. Estima-se que a implementação de um polo cerâmico na região poderia gerar até 3,5 mil empregos diretos e indiretos, segundo estudos anteriores.

As atividades devem seguir nos próximos meses com as formações itinerantes e oficinas em escolas públicas, abrangendo, em 2025, outros municípios do CIDEJA. Dessa forma, a iniciativa reforça o papel da educação e da arte na transformação social e no desenvolvimento econômico da região.

O idealizador do projeto e arteducador, Alex Perleberg, falou sobre o projeto e destacou que o mesmo é um sonho realizado. “Há mais de 10 anos venho atuando na interseção entre educação, arte e cultura, e poder coordenar o Mãos na Arte é a realização de um sonho. Acreditamos no potencial transformador da arte, e a argila, tão presente em nossa região, é um elemento que traz inúmeras possibilidades, tanto no campo sensorial quanto na expressão criativa. Com esse projeto, não só estamos despertando o interesse dos alunos e educadores pela cerâmica artesanal, mas também estamos plantando sementes de novas perspectivas econômicas, especialmente em um momento em que nossa região enfrenta desafios importantes com a transição energética”, disse ela, que acredita que a conexão entre tradição, cultura e inovação será essencial para criar caminhos no desenvolvimento da comunidade. “Ver o entusiasmo dos educadores e alunos já no início das atividades me dá a certeza de que estamos no caminho certo. Nosso objetivo é não só ensinar técnicas de cerâmica, mas também fortalecer o vínculo com o patrimônio cultural local e abrir horizontes para futuras gerações”.

Já a neuropsicopedagoga e formadora, Cristiane Gonçalves, contou que em sua prática, tanto no ensino fundamental quando na educação infantil e consultório, passou a utilizar a argila como uma ferramenta que vai além de uma simples materialidade. “Na educação infantil, a argila tem sido uma grande aliada para despertar a sensorialidade e a expressividade. Acredito que esse material natural e acessível estimula a criatividade, a comunicação e a autonomia das crianças, permitindo que elas explorem o mundo ao seu redor de forma livre e participativa”, expressou o idealizador, dizendo que a argila oferece infinitas possibilidades. “Ela não apenas envolve as crianças no processo criativo, mas também promove a colaboração, o respeito pelo outro e a conexão com o meio ambiente. Meu trabalho busca desmistificar seu uso, mostrando como essa materialidade pode ser uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento integral, liberdade e união”, concluiu.

PRIMEIRA ATIVIDADE

O primeiro dia de atividades do projeto foi realizado na cidade de Pedras Altas, no último dia 17 de outubro, no ginásio GUPA. Cerca de 30 pessoas participaram, incluindo educadores, profissionais da Primeira Infância Melhor (PIM) e da Secretaria Municipal de Educação.

O segundo município a receber o projeto foi Herval, nesta quinta-feira (24). Em 30 de outubro será a vez de Piratini, e no dia 11 de novembro em Pinheiro Machado.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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