“Queremos uma cidade desenvolvida, agroindustrializada”, afirma prefeito de Hulha Negra

Ação ou ato de desenvolver, mas que significa também progresso e crescimento. O termo desenvolvimento norteou as falas do atual prefeito de Hulha Negra, Fernando Campani (PT), que tem como vice, André Araújo, o Bexiga, ao falar sobre a evolução do município e o que se projeta para a cidade para os próximos anos.

Segundo o gestor, que assumiu o Executivo em 1º de janeiro deste ano, há desafios para governar Hulha Negra. Ele citou a falta de desenvolvimento da cidade, que ainda carece de estradas e água potável. “Hoje possuímos indicadores de precariedade e dificuldade social e econômica, mas principalmente em um cenário em que não se consegue alavancar obras estruturantes para que uma sociedade normal possa se desenvolver, tais como uma malha de estradas, de rodovias, de atendimentos aos aspectos sociais, educativos, de saúde, proteção e prevenção. Um município com 33 anos ainda não tem uma malha rodoviária sustentável e um sistema básico de abastecimento de água potável que possa promover a saúde, prevenir as doenças e que possa manter o ser humano na sua condição normal onde ela vive, pois não existe mais nada essencial que a água. Situações básicas e persistentes para o que chamamos de desenvolvimento”.

Campani relembrou ao TP das carências a partir da emancipação, que segundo ele, não tornou o município independente economicamente, considerado grau determinante para o desenvolvimento. “É fácil perceber que o município perdeu pessoas ao longo dos anos. Hulha Negra não evoluiu de forma que se chegasse a um modelo de envolvimento. As oportunidades de trabalho estão associadas a um elemento natural, a agricultura, e por essas carências infraestruturais, principalmente de estradas e abastecimento de água, o setor não evolui, não desenvolve, permanece estagnado em processo de desgaste imensurável. O processo industrial é restrito, acanhado. Temos uma única indústria que cresce por sua independência com relação ao município, pois nem mesmo a estrada o município disponibiliza”.

O prefeito disse ao jornal que apesar do crescimento com a reforma agrária, sementes orelícolas, inclusão de famílias na produção leiteira, potencializando atividade industrial, o que se quer para o futuro da cidade é que ela seja agroindustrializada a partir de uma economia da agricultura familiar que tem condições de abastecer com qualidade. “As agroindústrias têm expressão econômica, e por isso é uma pauta prioritária da nossa administração, porque elas podem agregar valores a matéria-prima. O município deve pensar em uma economia vertical, com agregação e ampliação do valor através do trabalho, para um mercado mais amplo, uma valorização do produto. Vemos que esse desenvolvimento agroindustrial é necessário e urgente em Hulha Negra e precisamos apoiar essa multiplicação, não só do produtor, mas do empreendedor que quer fazer do leite o iogurte, o doce e assim por diante. Queremos criar mecanismos atrativos para investidores, tanto para as cadeias econômicas que possuímos, como as que podemos criar. Temos a cadeia do trigo, do leite, de sementes. Temos outro campo agora com a uva, que é um grande potencial e também pode agregar valor ao município. Não importa onde e qual investimento seja, desde que seja incentivador e valorizador do município, estamos aqui para dar suporte”.

O prefeito falou da necessidade e busca da união e valorização da participação da juventude em todos os processos. “Assumimos o compromisso de preparar o nosso jovem, pois ele tendo uma visão global, estará preparado para as ações municipais. A juventude também é uma das bases do desenvolvimento e por isso nosso incentivo ao triângulo da educação, da fé e do desenvolvimento da integração social”.

O gestor destacou ao TP, dentro da visão desenvolvimentista, a busca por investimentos básicos para Hulha Negra através de obras estruturantes e parcerias para o futuro da cidade. “O fornecimento de água potável em Hulha Negra é uma instabilidade permanente. A cada verão que passa temos desabastecimento e vamos mudar isso com conhecimento técnico e articulação, associado a alternativa de coleta e armazenamento e reaproveitamento de água. Essa uma missão muito grande que temos, depois de 30 anos, ter a garantia de abastecimento de água. Ainda depois de tantos anos temos um elemento básico para resolver na cidade”.

Outro ponto citado por Campani é quanto às estradas, consideradas por ele como outra missão. “Precisamos, com nossa articulação política, colocar Hulha Negra em uma malha rodoviária de desenvolvimento. Para agregar valor a nossa matéria-prima, precisamos tirar o produto da casa e da roça. Precisamos de uma dinâmica social, com rodovias de qualidade e é nesta linha que vamos trabalhar, sem esquecer a saúde preventiva, promoção da saúde, com atendimentos básicos, além de uma educação que forme nossos alunos com qualidade e pensamento crítico”.

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