Sem conseguir ligar energia elétrica, moradora de Candiota vive drama

De duas ou três vezes por semana ela cuida da mãe idosa, que tem Alzheimer e diabetes. A insulina fica numa caixa com gelo. CEEE Equatorial promete resolver o caso em breve

Dona Adriana, com o filho e a netinha em frente à residência Foto: J. André TP

A faxineira Adriana Pech da Silva, de 47 anos, vive um drama em Candiota há cerca de um ano. Neste período ela tenta junto a concessionária, antes CEEE e agora CEEE Equatorial, fazer a ligação de energia elétrica em sua casa. O TP esteve na residência esta semana, acompanhando um pouco da difícil situação.

Ela adquiriu um terreno na rua Evaristo Fagundes Soares, 610 – antiga estrada municipal e Rua do Carvão, na sede do município. A Prefeitura averbou o imóvel e colocou água encanada, além de o prefeito Luiz Carlos Folador ter feito uma declaração de que ela reside no local sem qualquer conflito jurídico.

Segundo Adriana, na ocasião, a CEEE pediu que ela colocasse o poste e a caixa para o medidor. “Depois eles disseram que eu teria que morar no local. Fiz uma casa improvisada, mas não aceitaram. Construí então minha casa definitiva e desde setembro aguardo que eles venham ligar e nada. Agora alegam que eu tenho que ter a escritura, mas aqui em Candiota quase ninguém tem”, se queixa ela.

O leite da neta, que está visitando a vovó, precisa ficar numa caixa térmica para não estragar Foto: J. André TP

VELAS E INSULINA – Ao menos duas ou três vezes por semana, Adriana precisa cuidar da mãe de 72 anos, que tem mal de Alzheimer e também diabetes. Ela reveza o cuidado com outra irmã. Quando chega os dias dela é um drama. Como não tem energia elétrica, a insulina que a mãe precisa, tem que ficar numa caixa térmica com gelo. “Nos dias de calor é mais complicado ainda”, revela.

Nesta semana que antecede o Natal, Adriana está recebendo a visita do filho Jacson, da nora e da netinha Ketlyn, que vieram de Bento Gonçalves. Provavelmente a noite de Natal será no escuro. Foi Jacson quem acionou o jornal sobre o caso. “Ela vive esta situação difícil, não pode ter nada perecível, carne é comprada e feita na hora, além de todas as outras situações incômodas que a falta de energia proporciona”, pontua ele, mostrando que o leite da filha precisa ficar na caixa térmica e que os celulares são carregados nos vizinhos.

À noite a situação complica ainda mais e tudo é feito à luz de velas. “O banho é gelado ou esquentando água no fogão”, conta Adriana.

Ela disse que possui a solidariedade dos vizinhos, sendo que todos têm energia elétrica no entorno, exceto um ao lado da casa dela. “Até ofereceram a possibilidade de puxar um fio, mas foi dito que isso gera multa e não quero prejudicar ninguém. Quero a minha luz ligada certinha”, assinala. O filho lembra que os vizinhos até já se manifestaram em fazer um abaixo-assinado pedindo que a Equatorial atenda ao pedido.

A geladeira acabou virando um armário Foto: J. André TP

EQUATORIAL – Em contato com a Assessoria de Comunicação da CEEE Equatorial, a resposta traz um alento para a situação. “A CEEE Equatorial informa que o pedido de ligação de energia será feito após uma extensão de rede na rua onde mora a senhora Adriana Pech da Silva, situação que já está em estudo técnico pela companhia e será resolvida em breve”.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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