“A Reforma Trabalhista já precarizou as possibilidades dos trabalhadores
de buscarem seus direitos”, enfatizou Hermelindo Ferreira.
Hermelindo Ferreira Foto: Divulgação TP
O presidente do Sindicato dos Mineiros de Candiota, Hermelindo Ferreira, falou sobre a reforma Trabalhista e já citou possíveis reflexos da Reforma da Previdência. Segundo ele, durante todo o ano o Sindicato trabalha por meio de acordos coletivos. “A Reforma deixa os acordos enfraquecidos. Os últimos foram mediados via tribunal, por meio da Câmara de Mediação do TRT4. A Reforma prioriza os acordos entre patrão e empregado em detrimento dos Sindicatos, deixando os Sindicatos desassistidos. Em consequência disso, sabemos que o trabalhador quando chega sozinho frente ao patrão, ele está inferiorizado nesta relação. O patrão é dono do emprego, seu sustentador, naquela hora o empregado pensa na família, no seu futuro e nesta situação de negociação individualizada quem acaba levando a pior é o ponto mais fraco e não aquele que tem o capital dominante”.
Ele continuou: “Depois temos a Reforma da Previdência. Vamos começar a sentir os reflexos. Estão sendo extintas as rescisões de trabalho para quem entrou com pedido de aposentadoria após novembro de 2019. Agora o trabalhador tem que optar se ele quer suspender a aposentadoria ou se manter empregado. Há um debate muito forte, empresas ameaçando fazer o desligamento dos funcionários com a rescisão muito inferior, além de jogar para mais adiante o tempo de aposentadoria, terminando essa oportunidade para aqueles trabalhadores que se aposentaram na faixa de 60 anos ou até menos. É uma situação maléfica para os trabalhadores”, destacou Hermelindo.
Ele também citou a aprovação em primeiro turno da PEC 280 de retirada da obrigatoriedade de plebiscito para privatização da Corsan, Banrisul e Procergs. “Em um momento em que os Sindicatos não podem fazer movimentos fortes, com galerias vazias e votações virtuais. Vimos o quanto é importante o trabalho sindical e prevemos aumento de valores e vários problemas com as privatizações destas estatais”, destacou.
Quanto à contribuição sindical, ele explicou que nos últimos anos não houve cobrança dos associados. “Temos um sistema de desconto na Folha de Pagamento do associado mediante autorização de 2% do salário. Utilizamos o recurso trazendo retorno para o trabalhador. Hoje temos a sede do Sindicato em Candiota, com salão de eventos. Temos também uma colônia de veraneio na praia do Cassino, que chegou em um momento oportuno, pois a CRM acabou com a colônia da empresa localizada em Tramandaí e vimos a necessidade de suprir essa deficiência em atendimento ao trabalhador de Candiota. Conquistamos uma estrutura muito boa, está em fase de ampliação, com total conforto, a um custo muito baixo.
