MOBILIZAÇÃO

Sindicatos da região vão aderir ao Dia Nacional de Greve

Milton Brasil com o vice-presidente do Sindicom, Julio Boer, a presidente Mara Denise Aveiro e o diretor de Formação Sindical da entidade, Nilton Martins

Milton Brasil com o vice-presidente do Sindicom, Julio Boer, a presidente Mara Denise Aveiro e o diretor de Formação Sindical da entidade, Nilton Martins Foto: Simone Gasparoni

Os sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Bagé e Região e dos Empregados no Comércio de Bagé (Sindicom) estarão mobilizados na próxima sexta-feira, 11, Dia Nacional de Greve. O evento é organizado pelas centrais sindicais e frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, a fim de unir a classe trabalhadora contra as medidas que estão sendo propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB). Os representantes dos comerciários e dos trabalhadores rurais convidam os demais sindicatos da região para se engajarem no movimento. Em Porto Alegre, está previsto um grande ato para a próxima sexta-feira, 11 de novembro. “Teremos diversos atos no Estado, inclusive a Regional Fronteira (da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB-RS) está programando um ato envolvendo trabalhadores rurais de toda a região em Alegrete. Deveremos reunir em torno de mil pessoas”, estima o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bagé e Região e coordenador regional da CTB-RS, Milton Brasil.

Uma das preocupações das lideranças sindicais diz respeito à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 que está tramitando no Senado como PEC 55 e congela os investimentos federais por 20 anos em saúde, educação e outras áreas. “Isso representa a morte do SUS (Sistema Único de Saúde) e, consequentemente, o agravamento dos problemas de saúde e saneamento, bem como o fim da educação pública brasileira e o desmantelamento de políticas públicas”, ressalta Brasil.

O líder sindical menciona que, conforme especialistas, com a aprovação da PEC, estima-se uma perda de R$ 400 bilhões nos próximos 20 anos para o SUS. “Ao lado dessa PEC, o governo estuda a criação de Planos de Saúde Populares para substituir o SUS. É um flagrante desrespeito à Constituição, já que a Carta Magna reconhece a saúde com direito de todos e dever do Estado”, assinala.

Para a educação, Brasil diz que a proposta prevê cortes e congelamentos, além do fim dos concursos públicos. “Teremos o desmonte das instituições públicas de ensino e um futuro no qual só poderão ter acesso à educação os estudantes cujos pais possam pagar pelo acesso ao curso superior, por exemplo. Tal afirmativa se sustenta também no cálculo de especialistas de que R$ 24 bilhões poderão deixar de ser investidos por ano em educação”, lamenta. E destaca ainda que o funcionalismo público será atingido, pois, caso o limite de gastos seja descumprido por um dos três poderes ou por um órgão, o mesmo não poderá conceder aumentos para os funcionários nem realizar concursos públicos. Ele alerta também para a possível perda dos direitos trabalhistas, como férias, 13º salário e licença-maternidade e paternidade, entre outros.

O sindicalista ressalta que o movimento apoia a mobilização dos estudantes que ocupam as escolas por serem contrários à PEC do teto de gastos e à Medida Provisória (MP) da reforma do Ensino Médio. Inclusive, ele diz que as entidades sindicais da região estão elaborando uma moção de repúdio contra o que está sendo proposto pelo governo federal.

Comentários do Facebook