Três Toques – 16 a 22/FEV/2024

ARLEQUIM

Pois é carnaval. Esta festa da carne é infalível. Vem e transforma o mês de fevereiro numa festa única, sem igual no mundo todo. O Brasil é o único país do mundo que se desnuda coletivamente e sai a balançar suas carnes e derivados numa exibição pública. Há carnaval no mundo todo, mas nem remotamente lembra o nosso carnaval.

O nosso carnaval é coxas, peitos e bundas em exibição. Sem inibição. É a maior festa mundial onde pouca roupa significa liberdade e alegria. Tudo se revela no carnaval.

Até a política brasileira some no carnaval. Nosso Presidente Lula foi para o Egito em busca do Nobel da Paz e ver com seus próprios olhos o carnaval dos Faraós, das Múmias e dos camelos.

Há carnaval para todos os gostos. Quando eu era menino e já faz muito tempo a festa da carne era diversão dos pobres, dos pretos, dos boêmios e que tais. Os afortunados punham no máximo uma guirlanda no pescoço, camisa branca e um majestoso chapéu “panamá”. O salão de baile era o “paraíso”. Tropeçavam ao som de “cachaça não é água e o que mais.

 

COLOMBINA CHORA

Chora no meio da multidão. Por quem chora?

Claro, chora porque perdeu sua festa. Seu bloco não desfilou levando alegria ao povo pobre, inculto e oculto.

Carnaval agora é só mídia. De popular não tem nada. O dinheiro grosso não vem mais do jogo do bicho, das quermesses. As fantasias não são confeccionadas pelas avós e mães dedicadas. São indústrias, grupos econômicos vendendo seu “peixe”. O vil dinheiro industrializou a festa do povo.

O que há de espontâneo, de criativo e popular nesta que já foi popular? Talvez os “blocos de sujos” que na sua bebedeira faraônica e maltrapilha saem aos magotes exibindo uma alegria falsa e bêbada. Talvez no interior do interior ainda haja alguma pureza algo de sentimento humano na maior festa do mundo.

Carnaval passou. Tudo passa, tudo passará. Arlequim segue corando por sua Colombina.

TANTO RISO

Óh! Quanta alegria, mais de mil palhaços no salão!

José vai pegar sua caixa e sumir na multidão.

Quem riu, riu

Quem chorou, chorou.

Agora…

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

Comentários do Facebook