PANDEMIA

UFPel coordena estudo populacional sobre a Covid-19

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A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) coordena proposta para o primeiro estudo populacional sobre a pandemia da Covid-19 no Rio Grande do Sul, em parceria com outras universidades gaúchas e o Governo do Estado. A pesquisa irá levantar a proporção de casos de infecção, incluindo pessoas sem sintomas, e a evolução da doença por meio de uma amostragem dos participantes nas oito regiões intermediárias do Rio Grande do Sul segundo critério do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Pelotas, Santa Maria, Uruguaiana, Ijuí, Passo Fundo, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul/Lajeado e região metropolitana de Porto Alegre.

A pesquisa incluirá quatro inquéritos populacionais realizados a cada duas semanas por meio de visitas domiciliares, quando os participantes serão submetidos a um teste rápido para o vírus da Covid-19. Ao todo, serão aplicados 18 mil testes – 4,5 mil por rodada de exames, com distribuição de quinhentos por cidade e um mil para a região metropolitana de Porto Alegre. Os kits de testes serão fornecidos pelo Governo do Estado. A previsão é de que o estudo tenha início dentro das próximas duas semanas. O levantamento é uma iniciativa da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, da Vigilância Epidemiológica e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, em parceria com a UFPel. Outras universidades gaúchas ainda poderão fazer parte do projeto.

“Até o momento, não há dados no mundo sobre a prevalência populacional de infecção pelo COVID-19”, destaca o reitor da UFPel e coordenador geral do estudo, Pedro Curi Hallal. “O Rio Grande do Sul poderá ser pioneiro, não apenas no Brasil, na disponibilização de dados concretos sobre o percentual de infecção e a velocidade de expansão da doença”, acrescenta Hallal.

O epidemiologista Aluisio Barros, integrante da equipe responsável pela metodologia do estudo, diz que “até agora, não sabemos qual o grau de circulação do vírus da Covid-19, porque grande parte dos casos, em torno de 80 a 85%, tem sintomas leves ou mesmo não apresentam sintomas, embora contribuam para a transmissão da doença. Nosso estudo vai mostrar a real dimensão da Covid-19 no estado e avaliar a trajetória de aumento do número de casos de infecção e óbitos”.

O pesquisador explica que os dados vão proporcionar uma base para responder a questões fundamentais sobre o comportamento da Covid-19. O percentual de pessoas com teste positivo para o vírus, por exemplo, permite calcular as taxas de letalidade de forma mais precisa e a proporção de casos sem sintomas ou com sintomas leves.

Os resultados vão possibilitar um monitoramento da evolução da doença na população gaúcha, somando-se à já tradicional contagem de casos sintomáticos diagnosticados nos serviços de saúde. Será também possível fazer projeções mais acuradas sobre o cenário da pandemia. Os resultados vão informar estratégias públicas de enfrentamento da Covid-19 e fornecer parâmetros para decisões sobre medidas de isolamento social e estimativas de tempo para o retorno da população à sua vida normal.

Compõem o grupo de pesquisa do estudo os cientistas Cesar Victora, Aluisio Barros, Pedro Hallal, Bernardo Horta, Odir Dellagostin, da UFPel, e a reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Lúcia Pellanda (UFCSPA)

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