Nesta terça-feira (21), o vereador Gilson Rodrigues (PT) usou seu espaço de fala durante a sessão ordinária para exibir um vídeo onde caminhões da Prefeitura de Pinheiro Machado fazem descartes a céu aberto em uma área do bairro Morada do Poente, próxima a rua Pedro Alberto Sarubbi.
Segundo ele, a ação não se tratava exatamente de uma denúncia, mas deveria receber atenção especial das autoridades. “Eu trouxe o tema não para denunciar, mas para reflexão. Temos que achar uma solução, porque é cada vez mais feio aquele lixão a céu aberto que estão fazendo”, disse. Conforme falou, a realidade dos descartes na área mostrava a necessidade do tema ser debatido entre os colegas parlamentares, ser levada até o Executivo e se não tomasse providência ir até o Ministério Público.
O alerta, conforme enfatizou Gilson, é em relação ao meio ambiente e às pessoas que moram nas proximidades. “Não é só entulho, têm documentos da Prefeitura, papel, plástico, pneu e o cenário é muito feio. Eu sei que a população também leva, mas mais ainda os caminhões da Prefeitura. Dois ou três por dia recolhem entulho misturado com outros lixos e colocam ali. Precisamos saber se tem autorização para largar esse negócio ou não. É só entulho mesmo? Será que a equipe de Saúde foi lá para ver isso da dengue como foi nas nossas casas?”, questionou.
Na manhã desta quinta-feira (23), em contato com o chefe de gabinete, Marcelo Mesko, a reportagem mostrou as imagens gravadas pela assessoria de Gilson e solicitou esclarecimentos – tanto em relação aos descartes que chegam com os próprios veículos da Prefeitura, quanto sobre as notas fiscais do órgão municipal que aparecem claramente no vídeo.
De acordo com Marcelo, a Prefeitura tem Licença Prévia (LP) para a destinação de Resíduos Sólidos da Construção Civil (RSCC) e central de recebimento de resíduos de poda naquele local até 24 de janeiro de 2024. Além disso, o licenciamento definitivo da área está em andamento. “É nítido nas imagens que o local serve de descarte para itens como televisão, pára-choque e eletrodomésticos, isso não é a Prefeitura que larga lá. Não temos como ter o controle e o Departamento de Meio Ambiente inclusive está apto a multar se alguém for flagrado fazendo isso, porque é irregular”, lembrou.
Ainda segundo ele, no dia da filmagem, o que estava sendo descartado era o material resultante de limpeza em locais estratégicos da campanha de combate a dengue. Já sobre as notas, com data de maio de 1981, o chefe de gabinete disse que, a qualquer tempo, desde então esse descarte poderia ter sido realizado. “Essas notas estarem lá não quer dizer que o prefeito atual ou qualquer membro da equipe o fez agora, isso é muito relativo”, finalizou.