INFRAESTRUTURA

Vereadores de Candiota e Hulha Negra questionam obras de pavimentação

Obras na MAC e no acesso ao Pampeano foram executadas pela mesma empresa em 2022, com recursos do Avançar RS

Vereadora Tanira Ramos solicitou providências quanto a rodovia em razão das condições atuais Foto: Divulgação TP

Nos últimos dias, as condições das pavimentações da Rodovia Miguel Arlindo Câmara (MAC), em Candiota e acesso ao frigorífico Pampeano/Marfrig, em Hulha Negra, foram pautas nas sessões ordinárias dos Legislativos. Vereadores dos dois municípios usaram a tribuna e seus perfis em redes sociais para mostrar as condições das rodovias e cobrar soluções por parte do poder público.

Cabe lembrar que as obras foram realizadas por meio do programa Avançar RS do governo do Estado em 2022. A obra de Hulha Negra teve um custo de R$ 5 milhões, sendo R$ 4,3 milhões do caixa do Estado e o restante contrapartida do município. Já a obra de Candiota, teve um custo de cerca de R$ 12 milhões, sendo R$ 10 milhões do governo do Estado e R$ 2 milhões de contrapartida da Prefeitura de Candiota, por meio de um convênio com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagens (DAER), dentro do programa estadual Avançar RS.

A empresa vencedora da licitação e responsável pela obra nos dois municípios é a Compacta Sul.

 

MAC

 

O vereador Léo Lopes (PTB) foi o primeiro a levantar o assunto na sessão da Câmara de Candiota na última segunda-feira (28). Ele assinalou que trafega quase que diariamente pela MAC e que não poderia se abster em falar sobre o tema. Ele elogiou o esforço da Prefeitura em ter realizado uma obra histórica de recapeamento total do principal acesso do município. “Sejamos justos, esta é uma conquista deste governo. Como vereador é nosso papel fiscalizar e temos visto a situação que se encontra a MAC. Algumas perguntas pairam na comunidade, e nós como interlocutores temos que trazer as soluções e as respostas. Então, convido aos pares para que a gente possa esclarecer, quem sabe criando uma comissão ou tratando e trazendo mais transparência. Muitas perguntas ficam, por que essa obra ficou em alguns trechos nesse estado? De quem é a responsabilização por essas questões? São perguntas que ficam, e a comunidade não tem acesso as respostas”, assinalou.

Por sua vez, a vereadora Luana Vais (PT), disse a Léo, que seu mandato desde o início do ano tem tratado essa pauta. “Solicitamos ao Executivo o contrato da MAC, e o contrato é muito claro vereador Léo. A empresa, qualquer problema apresentado tem o prazo de cinco anos para inclusive refazer a obra e a gente não vê uma atuação da Prefeitura de cobrar a empresa. A Prefeitura pode cobrar judicialmente e administrativamente, mas a gente não vê. Foi dito aqui na Câmara que até 15 de maio viria a empresa para fazer o levantamento dos pontos com problemas, e até agora a gente não vê nenhuma ação eficaz e a MAC se despedaçando”, cobrou.

O TP contatou a procuradora geral do município, Nathiane Vaz, pois o município notificou a empresa em relação aos problemas apresentados em trechos específicos. “A empresa apresentou resposta quanto à notificação e essa resposta está em análise. Como se trata de manifestação técnica, o setor técnico analisará”, explicou.

O prefeito Luiz Carlos Folador endossou as palavras da procuradora, frisando que a obra também tem fiscalização do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagens (Daer), sendo que o município tem tomado todas as medidas cabíveis para o cumprimento do contrato.

 

ACESSO AO PAMPEANO

Trechos apresentam buracos e pavimentação craquelada Foto: Divulgação TP

A vereadora Tanira Ramos (PTB) publicou um vídeo em sua página no Facebook mostrando as condições que estavam a pavimentação asfáltica da estrada de 2,5 km que dá acesso ao frigorífico Pampeano/Marfrig. Na ocasião, a vereadora informou que havia enviado um documento ao Executivo, para que reparos fossem feitos no local. O documento é datado de 10 de agosto. “A obra terminou em menos de um ano e em vários pontos a camada asfáltica está se deteriorando. Há pouco mais de 15 dias coloquei uma indicação junto ao Executivo para que fosse feita uma solicitação para que a empresa responsável pela obra possa retornar e dar a manutenção devida para que seja possível dar mais segurança as pessoas que utilizam a estrada, pois é um local com tráfego pesado e para que não ocorram mais prejuízos é importante uma atenção já no início dos problemas”, disse Tanira.

O jornal contatou com a Prefeitura de Hulha Negra para informações acerca das medidas tomadas. Ao TP, o secretário de Administração, Planejamento e Meio Ambiente, Héctor Bastide Ramos informou que a empresa Compacta Sul tem responsabilidade por cinco anos na obra e que já foi notificada. Ele informou também, que técnicos já estiveram na estrada verificando as avarias juntamente com o setor de engenharia da Prefeitura. “Há preocupação, por parte do Executivo, pois é uma via importante para o município, com tráfego diário médio de 100 veículos pesados e uma obra que há muito tempo era aguardada. Primamos pela qualidade da obra e em razão disso ficou acertado que o município vai realizar sondagens nos locais que apresentaram problemas para verificação das causas, como possíveis infiltrações. Após isso, a empresa vai realizar a recuperação da estrada, mas ainda não temos uma data definida para o trabalho”, explicou Héctor, destacando que quando realizado, assim como durante a obra de asfaltamento, o tráfego não deverá ser interrompido.

Questionado pelo jornal acerca da altura e camada do asflato, se está de acordo com as necessidades da estrada, o secretário informou que “a altura da camada asfáltica está de acordo com as normativas previstas no projeto e que em alguns pontos até mais alto, sendo as mesmas condições da BR-293”.

 

EMPRESA

O TP tentou contato com um dos responsáveis pela empresa que atuava nos dois municípios, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

 

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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