PREVENÇÃO

Caps de Pinheiro Machado realiza programação especial do Setembro Amarelo

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Caminhada, distribuição de flores e panfletos informativos foi a primeira atividade do grupo Foto: Divulgação TP

A Secretaria de Saú­de e Ação Social de Pinheiro Machado, através do Centro de Aten­ção Psicosocial (Caps), pro­moveu atividades em alusão ao mês da Prevenção ao Suicídio, que aconteceu na última semana. A campanha é conhecida nacionalmente como Setembro Amarelo e está em vigor desde 2015 por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Me­dicina (CFM) e da Associa­ção Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Conforme contou a enfermeira e coordena­dora do Caps Cacimbinhas, Juliana Pech, na segunda­-feira (26) aconteceu uma caminhada pelas ruas da cidade com os alunos e a equipe multidisciplinar. Na oportunidade, foram distribuídas flores amarelas confeccionadas pelos pró­prios usuários e folders para alertar a população sobre a prevenção.

Entendendo a ne­cessidade de continuar abor­dando o tema, foi realizada uma roda de conversa na tarde da terça-feira (27). Na oportunidade, além da psicóloga Marilda Freitas, o comandante da Brigada Militar, 1º Sargento André Madruga, também esteve presente para colaborações. Segundo ele, a oportunidade de conversar sobre o tema possibilita a troca de expe­riências. “A Brigada Militar trabalha com a prevenção das mais diversas manei­ras. É importante manter o diálogo com a comunidade e também contar as nossas histórias, assim vamos con­seguindo ganhar a confiança das pessoas que precisam ser ouvidas naquele momento”, ressaltou Madruga.

Suicídio – Psicóloga fala sobre o tema

A palestra sobre o suicídio foi ministrada pela psicóloga
do Caps e reuniu usuários e familiares Foto: Divulgação TP

Em conversa com o TP, a psicólo­ga, Marilda Freitas, e a coordenadora do Caps, Juliana Pech, esclareceram algumas questões sobre o tema para os nossos leito­res.

Por que falar sobre o suicídio ain­da é um tabu? A partir do ano 2017, o “assun­to sobre suicídio” pas­sou a ser vinculado com mais espontaneidade entre equipes multidis­ciplinares e a população de acesso. Este tema passa a ser tabu quando tanto a pessoa quanto a família de quem comete tal ato, sente-se culpada por não ter percebido os sinais que levaram ao suicídio. Não há uma resposta exata ao que leva uma pessoa a co­meter suicídio, cada ser humano é único e tem sua subjetividade, sua história e seus mo­tivos. De maneira ge­ral, podemos dizer que o suicídio trata-se de uma tentativa de fuga, onde procura escapar de uma situação de an­gústia, fracasso, perda e impotência diante de algumas situações.

Como avalia a reação do pesso­al atendido no Caps quando se fala sobre suicídio? Inicialmente, até a formação de vín­culo com a equipe os usuários ficam bastante incomodados com o as­sunto, mas assim que o vinculo é estabelecidos já não se sentem tão invadidos e conseguem falar mais abertamente.

Nesse caso, a era digital e as redes sociais ajudam ou atrapalham? Como vê a questão? Nós en­quanto equipe do Caps Cacimbinhas, perce­bemos dois momentos – um negativo e outro positivo. O negativo é quando o usuário ou a família deste encontram muitas informações que não são adequadas a todos, causando con­flitos na evolução do paciente. Já o positivo é quando o usuário ou mesmo seus familiares conseguem acesso a grupos de sites confi­áveis – onde há trocas de informações e de dúvidas, diminuindo um pouco de seu sofrimento psíquico.

É possível iden­tificar comportamen­tos que podem levar ao suicídio? Sim, é possível. Eles existem na maioria dos casos de morte voluntária. Às vezes eles vêm nas palavras e há também alertas que se confun­dem com sintomas de depressão: mudanças bruscas de humor, reco­lhimento, tristeza, ansie­dade, uso de substân­cias tóxicas, agitação e desesperança. Vale ressaltar que sempre que identificar algum sintoma deve-se pro­curar ajuda imediata­mente.

O que se pode fazer para ajudar? Quando se percebe que alguém está pen­sando em cometer suicídio, deve-se con­versar de forma direta, delicada e sem julga­mentos – nós nunca conseguimos alcançar a dor do outro. Outra forma muito impor­tante é saber ouvir, porque nesses mo­mentos é essencial que a pessoa tenha com quem conversar. A sugestão é que se indique procurar ajuda especializada.

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