DESENVOLVIMENTO

Comissão especial cumpre agenda para tratar das potencialidades do microclima de Pinheiro Machado

Visando a possibilidade de investimentos econômicos, a iniciativa partiu do vereador Fabrício Costa (PSB), após registros dos acadêmicos do curso de Meteorologia da UFPel

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Um dos compromissos foi cumprido na sede da Embrapa Clima Temperado Foto: Divulgação TP

Na tarde desta terça­-feira (16), os verea­dores Fabrício Costa (PSB), Cabo Adão (PSDB) e Gilson Rodrigues (PT), integrantes da Comissão Temporária Especial de Es­tudo e Divulgação das Pos­sibilidades de Investimentos Econômicos relativos ao Microclima de Pinheiro Machado, participaram de duas importantes reuniões no município de Pelotas.

Conforme relato da assessoria, a comitiva foi até a sede da Embrapa Cli­ma Temperado e conversou com o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvi­mento, Jair Nachtigal. Na oportunidade, ele enfatizou que há várias culturas com potencial em Pinheiro Ma­chado e que a Embrapa é parceira para levar este co­nhecimento aos produtores.

Segundo Jair, uva, oliveira, noz-pecã, mo­rango, maçã e avelã são culturas promissoras para o município. “Ainda nesta semana vamos receber aqui na Embrapa os representan­tes da chocolateira Ferrero Rocher. Eles estão dispostos a bancar pesquisas para a implementação desta cultu­ra no Brasil, tendo em vista que esta empresa importa do Chile mais de 340 carretas/ano de avelãs, e Pinheiro Machado é uma das únicas cidades que tem condições de produzir avelãs de qua­lidade”, afirmou.

Ainda como parte da agenda no município vizinho, os parlamenta­res também estiveram no Centro de Pesquisas da Faculdade de Meteorologia (CPMET) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Fizeram parte da reunião os formandos Gabriel Cassol e Fernando Rafael, que rea­lizam o trabalho de campo em Pinheiro Machado; o chefe do Centro de Pesqui­sas e Previsões Meteoroló­gicas, Leonardo Calvetti; e o diretor da Faculdade de Meteorologia da UFPel, Fabrício Harter.

A partir do conhe­cimento técnico do grupo acadêmico e dos registros das estações meteorológicas instaladas no município, já foi possível confirmar que o município tem grandes potencialidades a serem exploradas devido ao clima bem definido das estações inverno e verão. Além dis­so, o projeto, que surgiu ainda em 2017, tem possi­bilitado o registro de dados que afirmam o que muitos já desconfiavam: Pinheiro Machado tem potencial para ser a cidade com o inverno mais frio do Rio Grande do Sul e do Brasil, superando inclusive São José dos Au­sentes, na serra gaúcha.

Na oportunidade, os membros da comissão especial também estiveram na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Foto: Divulgação TP

Em conversa com o TP, os futuros meteo­rologistas falaram sobre a importância da mobilização do Legislativo em nome do que a própria comunidade pode vir a se beneficiar. “A sinalização é bem positiva, os vereadores não coloca­ram nenhuma barreira e se mostraram bastantes re­ceptivos ao nosso trabalho. Eles entenderam a intenção do monitoramento e estão dispostos a fazer uso dos nossos dados para realmen­te divulgar o município na questão do turismo, bem como aproveitar as poten­cialidades para o agrone­gócio. É provável que, com essa parceria, nosso projeto comece a dar frutos em seguida”, comemoraram.

Durante o bate-papo com a reportagem, o grupo que está a frente da Sigma Meteorologia, sob respon­sabilidade do já graduado Allef Matos, lembrou ainda porque destinou um olhar especial para a região de Pinheiro Machado. “No início, quando instalamos a estação meteorológica, a nossa intenção era desco­brir se realmente a cidade era fria, o que em seguida já conseguimos comprovar. A própria Embrapa, que é uma referência e tem estudos de zoneamento climático para saber se determinadas culturas vão se adaptar ao clima de cada lugar, não possuía uma estação no município. Até então, eles tomavam como base os dados das estações instaladas em Bagé e Pelo­tas e pensamos que Pinheiro Machado era um lugar que requeria mais a nossa aten­ção. Desde que começamos o projeto até agora já temos dados suficientes, precisos e refinados para fazer relató­rios capazes de comprovar todas essas potencialidades da cidade”, garantiu o mete­orologista.

Logo após o cum­primento dos primeiros en­contros do grupo, o verea­dor Fabrício Costa (PSB) confirmou o otimismo que demonstrou quando instalou a referida comissão. “Só falar em crise e não buscar oportunidades concretas baseadas em nossas pecu­liaridades é demonstrar um total desrespeito com o povo pinheirense. Hoje percebo que o conhecimento técnico disponível na região poderá nos alavancar economica­mente desde que o Poder Público se disponha a não fechar os olhos para este fato”, destacou o presidente.

AUDIÊNCIA PÚBLICA Visando a continuidade dos trabalhos, a comissão decidiu que no próximo dia 6 de agosto haverá uma audiência pública na Câ­mara de Vereadores com representantes da própria Embrapa e os membros do curso de Meteorologia da UFPel. O objetivo é expla­nar para a comunidade as oportunidades relativas ao clima de Pinheiro Machado que podem ser exploradas para garantir o desenvolvi­mento local.

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