POLÍTICA

Comissão decide continuar com denúncia contra o prefeito de Pinheiro Machado

Mesmo com a medida, presidente da CP avalia como difícil uma possível cassação

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Somente o vereador Wilson Lucas (PDT) votou pelo arquivamento imediato da denúncia e acabou sendo derrotado Foto: Divulgação TP

A tarde desta segunda­-feira (21) foi marca­da pela realização da sessão extraordinária entre os membros da Comissão Processante (CP) – respon­sável pela denúncia de infra­ção político-administrativa contra o prefeito Zé Antônio. Na oportunidade, Gilson Rodrigues (PT) e Cabo Adão (PSDB) foram favoráveis à continuação do processo, derrotando a posição do ve­reador Wilson Lucas (PDT), que votou pelo arquivamen­to imediato da denúncia.

Em conversa com o Tribuna do Pampa, o presidente da CP, Gilson Rodrigues, explicou que esta foi a quarta reunião para tratar do caso – agora em caráter extraordinário visto que ocorriam sempre às terças-feiras. Nesta sema­na, visando o cumprimento dos prazos do Decreto-lei 201/67 e do regimento in­terno, o encontro para emitir o parecer precisou ser ante­cipado.

Ainda segundo o ve­reador, a análise da defesa enviada pelo prefeito foi feita de forma totalmente individual. “Todos os vere­adores receberam uma cópia do documento e puderam fazer a sua avaliação. Por isso utilizei meu espaço na última sessão e falei sobre a importância do diálogo – aquele era o meu entendi­mento de acordo com a res­posta recebida”, destacou.

De modo a acompa­nhar essa etapa do processo, também estiveram presentes na reunião o presidente da Câmara de Vereadores, Ma­teus Garcia (PDT), e o par­lamentar autor da denúncia, Fabrício Costa (PSB). De acordo com o presidente da Comissão, o ato era aberto ao público, desde que não houvesse manifestações.

COMPARAÇÃO Para a nossa reportagem, Gilson Rodrigues comparou a atual denúncia com a protocolada contra o ex-prefeito Luiz Fernando Leivas (PT), que na época, acabou sendo cas­sado. Segundo ele, apesar de se tratar da mesma denúncia por não responder aos pedi­dos de informação, o cenário político não é o mesmo. “A diferença entre os dois é que, na época, o Luiz Fernando acabou atrasando mais de 30 dias e agora o Zé Antônio atrasou 10, mas nos dois casos a infração foi cometida do mesmo jeito. Um fato que acredito ser importante destacar é que, naquele momento, as forças políticas se uniram para que houvesse a cassação. Na minha interpretação, vejo isso como algo mais difícil de ocorrer agora, mas tudo é possível”, pontuou.

Além disso, Gil­son comentou sobre a pres­são diante desse processo todo e a realidade em que o município se encontra em relação a 2011 – quando o próprio Zé Antônio acabou assumindo o lugar de Leivas no Executivo. Segundo ele, os vereadores e a própria população questiona e cobra muito sobre a decisão. “Na­quela época as condições das estradas eram boas, o Executivo fazia investimen­tos, estava tudo normalizado – inclusive com os salários em dia, mas decidiram pela cassação porque, segundo eles, faltava diálogo com o prefeito. Agora estamos no meio do caos e com os salários atrasados, então isso também deve refletir no processo”, avaliou.

Para ele, a partir de agora, a análise do processo deve ser feita também na questão administrativa. “Va­mos analisar com carinho, mas é importante levar em consideração questiona­mentos como, por exemplo, o que mudaria se entrasse o PSDB no lugar do Zé An­tônio?”, indagou – fazendo referência ao vice-prefeito Jackson Cabral, que assume o cargo em caso de afasta­mento do atual gestor.

PROCESSO Com a de­cisão pela continuação do processo, a partir de agora o presidente da CP desig­nará o início da instrução e determinará os atos, dili­gências e audiências que se fizerem necessárias para o depoimento do denunciado e inquirição das testemunhas. Na sessão de julgamento do prefeito, que ocorre em até 90 dias, a sua cassação ocor­rerá somente se houverem dois terços dos votos favo­ráveis à denúncia – que no caso da Câmara pinheirense, significa seis dos nove votos.

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