A transição de concessionária para permissionária do serviço público de distribuição de energia elétrica já trouxe algumas alterações para os consumidores associados da Cooperativa Regional de Eletrificação Rural Fronteira Sul (Coopersul). Após a homologação do contrato de permissão com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que tem validade de 30 anos, a direção da Coopersul já confirma a redução das tarifas.
Com sede no município de Bagé, a Coopersul atua nos municípios de Aceguá, Bagé, Candiota e Hulha Negra, e contempla 5.947 associados. Os prazos confirmados para a redução das tarifas, se referem a 1º de março para as contas de energia recebidas pelo consumidor no mês de abril.
De acordo com o secretário da Coopersul, Danilo Medina, a redução da tarifa se deve a uma subvenção de recursos do governo federal, visto a cooperativa ter repassado o patrimônio para a Aneel. “A diretoria da Coopersul se sentiu encorajada a tomar essa decisão com base no alto custo de energia repassado ao associado. Agora o consumidor vai conseguir ter um gasto menor com energia elétrica”, afirma Medina. Ele também falou também sobre investimentos. “Estamos confiantes em fazer uma boa gestão, de forma que tenhamos capacidade de investimento através de recursos do governo, principalmente nas linhas de transmissão”, exemplificou.
TARIFAS – As novas tarifas são equivalentes as da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e ao consumo de 1 quilowatt (kw). Veja o valor anterior e o atual com a nova tarifa (B1 – básica) de forma simplificada que já vale desde o dia 1º de março:
*Urbana residencial: de R$ 0,86 passa a R$ 0,54
*Convencional baixa renda (nova tarifa): R$ 0,50
– até 30 kw: paga somente 65% de R$ 0,50
– de 30 a 100 kw, paga somente 40% de R$ 0,50
– de 100 a 220 kw, redução de 10% da tabela de R$ 0,50
*Rural: de R$ 0,63 para R$ 0,38
*Serviço público: de R$ 0,86 para R$ 0,32
Conforme a diretoria da Coopersul, na média geral deverá ocorrer uma economia superior a 30%. Cabe ressaltar, que nos valores das novas tarifas não estão inclusos os relativos ao ICMS.
MELHORIAS – Questionado quanto a possíveis investimentos e melhorias no sistema para o associado, Medina lembra que 2018 foi um ano com registro de sobra de recursos e estabilidade, o que permitiu a realização de projetos, que já estão orçados para execução em 2019. “Visamos a melhora, principalmente das linhas de transmissão, sempre trabalhando de forma segura, visto os fatores climáticos nos preocuparem bastante”, expõe, ressaltando que são investimentos do próprio associado.
O secretário também fez referência a melhorias já realizadas. “Com equipamentos de qualidade já avançamos. Conseguimos reduzir o período sem energia elétrica. Antes quando faltava energia os moradores ficavam muitas horas sem o serviço até ser normalizado, mas hoje são poucos minutos em casos menos complexos”, destaca.
RECEITA – A atuação da Coopersul como permissionária permite uma redução de valores ao consumidor, porém traz algumas preocupações para a diretoria da cooperativa. De acordo com o presidente Jaci jacinto Coelho, o Titi, as tarifas mais baixas vão ocasionar uma redução da receita da cooperativa. “A redução será bem significativa e precisaremos contar com os nossos associados. A partir de agora, precisaremos terminar com a inadimplência que chega a faixa dos 32%”, explica Titi.
O presidente completa ressaltando que antes a energia elétrica de uma residência era cortada ao fechar a terceira fatura sem pagamento, mas que agora, o tempo reduz para duas faturas, ou seja, dois meses. “Quando ia fechar a terceira conta o associado pagava a mais antiga, mas agora que a Coopersul passou para permissionária, algumas mudanças ocorreram e para a religação, é necessário pagar toda a dívida, ou seja, se o associado está com duas faturas em atraso, ele só terá a energia restabelecida ao efetuar o pagamento das duas contas. Estamos preocupados e nosso consumidor precisa estar atento aos prazos, até para que constrangimentos sejam evitados”, orienta.