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Curso sobre resistência de plantas daninhas aos herbicidas apresenta alternativas de manejo e prevenção

Um dos palestrantes foi o professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Dirceu Agostinetto Foto: Felipe Rosa/Especial TP

Culturas muito presentes na matriz produtiva da região da Campanha do Rio Grande do Sul, o arroz e a soja têm enfrentado problemas com plantas daninhas resistentes aos herbicidas. Com o objetivo de discutir e aprofundar os conhecimentos sobre esse tema, cerca de 100 pessoas, entre pesquisadores, técnicos, produtores rurais, professores e estudantes, reuniram-se na última semana, na Embrapa Pecuária Sul, em Bagé, para participar do Curso Resistência de Plantas Daninhas aos Herbicidas: Manejo e Prevenção.

Promovido pela Embrapa e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o evento teve início com a contextualização do problema da resistência das plantas daninhas aos herbicidas. Depois, foram abordados temas como o conhecimento sobre a biologia das plantas daninhas resistentes; o manejo integrado de invasoras como o caruru e a buva, que estão entre as mais prejudiciais às lavouras; a interação herbicida-ambiente, fundamental para a garantia da eficiência e sustentabilidade de uso do controle químico; as potencialidades de sistemas como integração lavoura-pecuária no manejo e na prevenção da resistência; além da regulamentação de herbicidas e as perspectivas futuras a partir das novas tecnologias.

Pesquisadora Fabiane Lamego destacou possíveis
soluções utilizando ferramentas integradas de manejo

Conforme a pesquisadora da Embrapa, Fabiane Lamego, o evento atendeu às expectativas tanto da Embrapa como do Mapa em trazer informação técnica para os participantes, através do convite de palestrantes atuantes no tema, com dados bastante atualizados. “Ótimo público participante, interessado e buscando atualizações e soluções para um problema que aumenta os custos de produção. Além de informações técnicas desde a identificação do problema da falha do controle químico que caracteriza a resistência das plantas daninhas, foram demonstradas possíveis soluções utilizando ferramentas integradas de manejo”, destacou a pesquisadora.

Para o produtor rural e engenheiro agrônomo de Hulha Negra, Affonso Jung, o evento ajudou bastante, principalmente em relação aos diferentes métodos de manejo. “Achei as palestras bem didáticas e abrangeram quase todos os temas oportunos, como integração lavoura-pecuária, que acontece bastante na nossa região, arroz, soja, bem dentro do esperado. Falaram bem a realidade da nossa região”, destacou.

A engenheira agrônoma de Bagé, Charlene Garcia, destacou a importância do evento para trazer um alerta para todos que trabalham na área. “Achei o evento incrível, trouxe um tema que é preocupante para região e não muito abordado, de modo bastante didático, trazendo a realidade do campo a curto e longo prazo do que provavelmente irá acontecer com a resistência de plantas daninhas a herbicidas”, disse.

A mensagem passada durante o evento é sobre a importância do planejamento, conhecimento técnico e de um olhar para a produção agrícola ou agropecuária como um sistema de produção. “A cultura antecessora é fundamental no manejo das plantas daninhas que virão na cultura posterior; no atual cenário de resistência, pensar em manejar o caruru somente quando a soja já está implantada, por exemplo, é gastar mais e possivelmente não ter a eficiência esperada”, exemplifica Fabiane.

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