E agora José?

As redes sociais estão dando um novo tom na era da tecnologia. Eu que particularmente me considero um dinossauro viajando em direção ao século dezenove, longe de participar desse emaranhado constatei que um novo modo de relacionamento e diálogo se instala, seja através de notícias falsas ou verdadeiras. O acirramento do debate eclodiu em meio ao processo eleitoral. De parte a parte, pessoas até então tidas como civilizadas e urbanas protagonizaram verdadeiras cenas de antagonismo sectário e odioso.
Aflorou com muita força a demagogia anticomunista, misógina e cercada de mentiras, que certamente não irá pagar as contas da maioria pobre e desempregada da nação. Não se queria eleger alguém, mas sim, derrotar outrem. A guerra pelo controle de mentes e corações onde vale tudo, chegou ao mundo digital com certeza. Preconceito contra as minorias em geral, belicismo, violência e, sobretudo, ódio não só contra os perdedores, contra todos que não pensam igual a quem venceu.
Aliás, pergunto aos meus botões se os perdedores deveriam aceitar o resultado? Sim, pois o vencedor disse em alto e bom tom a quem quisesse ouvir, não aceitar outro resultado que não fosse a vitória. Ora, ora, estamos diante do que?
Triste também ter de admitir que autoridades nas quais deveríamos depositar toda a confiança possível para a segurança geral do bem estar e da imparcialidade, foram capazes de aceitar uma recompensa, como que saltando aos olhos de quem pudesse duvidar que tal viesse a ocorrer. A clara aliança entre mídia e justiça definiu as regras para as eleições. Esta foi a confissão de que o ardil estava previamente articulado, foi o primeiro toma lá dá cá antes mesmo da posse oficial. Em qualquer democracia sadia, autoridade com este tipo de prática estaria exonerada de pronto. Fosse nos EUA, estaria preso por crime contra a segurança nacional já que chegou ao ponto de às vésperas do segundo turno, vazar propositadamente, delação premiada que não tinha sido sequer aceita por falta de provas pelo Ministério Público.
O “messias” usa a Constituição e a bíblia tentando como que fazer crer que talvez a última possa substituir a primeira, embora tenha demonstrado com firmeza em várias aparições públicas sua simpatia pela violência, pela necessidade notória de demonstrar virilidade, na verdade, sinônimos claro de evidente despreparo. De se perguntar se ele sabe que o Filho morreu na cruz por ter defendido a igualdade entre todos os homens?
Desculpem-me os leitores, mas como diria Belchior, eu não posso escrever como convém, sem querer ferir ninguém. Ou então, a minha alucinação é suportar o dia a dia e meu delírio a experiência com coisas reais.
Ainda acho que sou bem moço para tanta tristeza, mas enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não, eu irei prosseguir.
Fica a indagação: O QUE MAIS FALTA ACONTECER?

*Aníbal Gomes Filho

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