ESPECIAL DIA DOS PAIS

Filho presta homenagem ao pai que dedica a vida para cuidar da esposa doente

Dedicação de amor do pai pela mãe motiva motorista contar a história ao TP

Renatinho com o pai: “Ele é tudo para mim”

Renatinho com o pai: “Ele é tudo para mim”

* Texto e fotos: Simone Gasparoni

O motorista Paulo Renato da Rosa Goulart quis homenagear o pai, Pedro Renato, de uma forma diferente neste ano. Renatinho, como é conhecido pelos familiares e amigos, contatou o jornal Tribuna do Pampa para contar a história de seu Renato, 68 anos, que há mais de uma década se dedica a cuidar da mulher que sofre do mal de Alzheimer, doença que causa degeneração dos neurônios, com diminuição das faculdades mentais, e que se agrava ao longo do tempo. “O pai deixou de fumar e parou de beber para cuidar dela”, conta Renatinho, 45 anos, que mora e trabalha em Hulha Negra.

Ele é o filho caçula de seu Renato e de dona Maria Francisca, a Chiquinha, que completará 68 anos nesta segunda-feira, 15. O casal, que reside na rua Albino Almeida, na sede de Candiota, é pai também de Itamar, 47 anos, que é soldador e mora em Pelotas.

Seu Renato conta que um dos primeiros sintomas que a esposa teve foi a perda de memória. “Ela trocava os objetos. Quase colocou um isqueiro dentro da panela. Aí não deixamos mais ela ficar na cozinha”, recorda o marido.

Seu Renato com Chiquinha: “Ela me ajudou bastante, agora eu tenho que cuidar dela”

Seu Renato com Chiquinha: “Ela me ajudou bastante, agora eu tenho que cuidar dela”

Há mais de um ano, Chiquinha está no estágio avançado da doença que é, conforme a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), a fase mais próxima da total dependência e da inatividade. Por um tempo, ela passou confinada a uma cadeira de rodas e, do ano passado para cá, passa os dias acamada. Não fala, tem dificuldade de entender o que acontece ao seu redor e se alimenta por sonda. E é seu Renato quem a alimenta, trocar suas fraldas, lhe dá banho, medicação e ainda encontra tempo para cuidar da casa. “Ela me ajudou bastante, agora eu tenho que cuidar dela. Sempre me deu conselhos, sempre companheira, sempre alegre”, descreve o marido como a esposa era antes de ser acometida pela doença.

Seu Renato foi professor de música e, por quatro anos, dirigiu a então Escola de Samba Unidos de Candiota. Ele comenta que Chiquinha sempre o acompanhava nas festas. “Ela estava sempre dançando, sempre pronta para sair comigo”, lembra o marido dos bons momentos que viveu com a esposa, com quem está junto há 49 anos. “Namoramos e já casamos”, conta o metalúrgico, que hoje está aposentado. Já Chiquinha era ajudante de cozinha, profissão que exerceu até adoecer. “Solicitei a aposentadoria dela devido ao caráter irreversível da enfermidade”, menciona seu Renato.

Além dos filhos, o casal tem três netos e três bisnetos. “O pai pra mim é tudo. Para mim, ele é o meu paizão”, declara Renatinho, com a voz embargada.

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