SUPER FÃ

Pinheirense foi ao seu 34º show do rei Roberto Carlos

Everaldina Santos, fã desde os anos 60, percorre o estado para assistir aos shows do ídolo Foto: Divulgação TP

Detalhes. É assim, uti­lizando o nome de uma das músicas mais conhecidas do rei Roberto Carlos, que a reportagem do Tribuna do Pampa descreve o modo que ouviu a história de uma super fã do astro. Na última semana, a pinheirense Everaldina Santos alcançou a marca de 34 shows de Ro­berto. Conforme contou, ela já andou por todo o Estado e até no Rio de Janeiro para curtir esses momentos, os quais considera únicos em sua vida.

“Nunca é igual. Sem­pre tem uma emoção e um gostinho diferente”, disse quando questionada sobre a sensação de ir tantas vezes nos shows. Segundo ela, essa história começou ainda nos anos 60, quando escutou no velho rádio de seu falecido pai a música “Quero que vá tudo para o inferno”. “Até então não sabia quem canta­va, mas aquilo me despertou a pesquisar. A melodia, a letra, naquele momento tudo me fez parar, sentir e nunca mais parar de ouvir Roberto Carlos”, descreveu.

Não foi um gosto que passou de geração para gera­ção, como normalmente essas histórias costumam aconte­cer. Everaldina encontrou Roberto ou talvez Roberto tenha a encontrado e desper­tado a atenção de uma história que dura até hoje e não tem pretensão de acabar.

A fã tem até hoje o rádio onde ouviu aquela pri­meira canção e nunca mais parou. Depois ouvia o rei em fita cassete, CD e, final­mente, DVD. A evolução acompanhou o cantor e a ou­vinte – que guarda tudo com carinho porque “é bom que eu tenha aqui para quando bate a vontade de ouvir, não é?!”, lembrou.

Enquanto conversava com o TP, ela contou o tanto que a música a faz sentir bem. “Lamento que tenha mudado muito, eu respeito quem gos­ta, mas as letras estão muito banalizadas hoje em dia. Elas contam as mesmas histórias, mas cantores como Roberto Carlos ainda vivem para can­tar tudo isso de um jeito mais sutil e delicado”. Segundo ela, os anos passam e as his­tórias de amor, confusão e até ódio atravessam gerações – “o que não significa que seja necessário conta-las a partir de um vocabulário grosseiro”, destacou.

Em uma das oportunidades, trouxe para casa as famosas pétalas de rosas Foto: Divulgação TP

LEMBRANÇAS Fotos, ca­misetas, faixas, livros, CDs, vinis, reportagens e até pé­talas de rosas. A pinheirense mostrou muito das lembran­ças que tem em sua casa dos seus momentos com o rei. “Tem o livro da autobiogra­fia dele, que foram vendidas poucas unidades. Acredita que eu tenho aqui? Tentei de todo o jeito conseguir um exemplar, na época tinha uma amiga lá em Salvador que comprou. Mandei o dinheiro até do frete, precisava ter aquele livro comigo logo. É uma raridade”, contou.

Enquanto mostra­va sua caixa de recorda­ções, uma outra paixão de Everaldina tentava ganhar a atenção. O pequeno Muriel, único neto, tentava pegar o material guardado no tesouro da avó, mas ela permanecia atenta entre uma história e outra. “Muriel, pode mexer em qualquer coisa, mas nas coisas que a vovó guarda do Roberto não”, repreendeu com carinho.

Na companhia da irmã, a pinheirense faz desse
momento um dos mais especiais da sua vida Foto: Divulgação TP

ENCONTROS Há alguns anos, Everaldina foi convi­dada para representar as fãs da região de cobertura da RBS TV Bagé em um show de Roberto Carlos em Porto Alegre. A equipe do telejornal da capital acompanhou sua saída até o grande dia, onde após a apresentação, teria a oportunidade de estar frente a frente com o rei no próprio camarim – junto com outras fãs de todo o Estado.

Entusiasmada con­tando ao TP toda a sua saga para o encontro, fomos toma­dos pela frustração de uma crise de coluna ter interrom­pido o sonho. “Ao invés de encontrar ele, eu cheguei em Porto Alegre e acabei indo para o hospital. Foi horrível, eu juro que senti mais dor por perder aquela oportunidade do que exatamente pela mi­nha coluna”, lamentou.

Com muito bom hu­mor e esperanças em ainda encontrar o ídolo, ela já disse ter feito um alerta ao esposo. “No dia que ele morrer eu compro as passagens para o Rio e faço questão de acom­panhar esse momento, quero chegar perto do Roberto nem que seja quando ele estiver no caixão”, confessou.

Antes disso, já de olho nos próximos shows, Eve­raldina já se prepara para a próxima ida a Porto Alegre – onde anualmente o rei se apresenta. “Ele termina o show já dizendo estar lá no ano que vem. É nessa hora que eu grito que estarei lá de novo também”. Entre os sonhos, encarados muito mais como planos a serem realizados muito em breve, ela disse que já conta com a expectativa de ir no cruzeiro onde o rei faz uma das suas mais belas apresentações em alto mar.

Ao Tribuna do Pampa, ela mostrou ser uma verdadeira fã de carteirinha do rei Foto: Divulgação TP

MOMENTOS Quando questionada sobre como prefere assistir aos shows, a fã comentou sobre um gosto muito particular. Nesses anos todos, uma única vez foi jun­to com o companheiro. “Ele entende que é um momento meu e eu prefiro ir sozinha mesmo. É ali que eu extra­vaso sem ninguém me dizer o que devo ou não fazer. Eu canto, grito, choro e me deixo levar pela emoção”, confessou ela.

Nesse instante, o TP lembrou o quanto a história dela pode ser tomada como exemplo para outras pesso­as e, principalmente, para outras mulheres. Ela nunca deixou de lado a família, o trabalho e todas as priorida­des que uma mulher de 65 anos tem.

Apesar disso, nesses momentos, ela se coloca em primeiro lugar. Não é isso que a faz melhor ou pior que ninguém, mas nesse instan­te, nossa reportagem estava diante de um motivo muito maior que o próprio rei para contar essa história: se amar, se gostar e nunca esquecer de agradar a si mesma uma vez ou outra – ou umas três vezes ao ano, investindo em algo especial, que realmente e emocionalmente a faz muito feliz, como faz a pinheiren­se.

O nosso desejo, neste final de ano, é que muitas Everaldinas encontrem seus Robertos Carlos – se é isso que as fazem sentir-se realiza­das. O TP acredita e compro­va, diante das tantas histórias especiais que já contou ao longo dos anos, que a vida é muito melhor quando temos a chance de compartilhar memórias como essa.

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