Ponte do Seivalzinho, em Candiota, teve a cabeceira danificada e foi preciso um serviço rápido da Secretaria de Obras para reparos no local Foto: Divulgação TP
Em algumas regiões o sol predominou nesta quinta-feira (31), mas os prejuízos causados pelos fortes ventos e o grande volume de chuvas são enormes. Na região de cobertura impressa do Tribuna do Pampa, os municípios de Candiota e Pedras Altas foram os mais afetados.
Na Capital do Carvão o prefeito Adriano dos Santos decretou emergência no município em função das chuvas. O Arroio Candiota saiu fora do leito na região do bairro João Emílio e nem mesmo a abertura das comportas na barragem que abastece a Usina de Candiota, deu vencimento ao volume de água.
Segundo confirmação da assessoria de Imprensa da Prefeitura cinco famílias foram retiradas de suas casas em função dos alagamentos. As aulas estavam suspensas no interior do município em razão das cheias e uma nova avaliação no final da tarde iria definir o retorno ou não das aulas nesta sexta-feira, 1º de novembro.
As fortes chuvas derrubaram parcialmente as cabeceiras da ponte do Seivalzinho, na localidade de Seival, no interior de Candiota. A passagem ficou interditada e a Prefeitura, por intermédio da Secretaria de Obras, iria fazer uma intervenção para restabelecer a normalidade do tráfego na localidade.
Comportas da barragem que abastece a Usina de Candiota (prainha) foram abertas totalmente. A imagem mostra o volume de água no vertedouro Foto: J. André TP
PEDRAS ALTAS – A Cidade do Castelo também deve decretar emergência em razão dos prejuízos e estragos causados pelos temporais. Nesta quinta-feira (31), o prefeito Bebeto Perdomo relatou ao TP que várias pontes e passagens molhadas apresentam problemas, bueiros foram arrancados, cabeceiras de pontes destruídas e várias estradas ficaram interrompidas pelo excesso de chuvas. “Em 36h choveu mais de 300 milímetros. A situação é crítica e delicada. Esperamos, com o decreto, receber ajuda do governo desta vez, já que no ocorrido no mês de janeiro, nenhum retorno nos foi dado”, afirma.
Acompanhado da Secretaria de Obras, o prefeito Bebeto percorreu as localidades para avaliar a situação e elaborar um relatório. Uma equipe da Prefeitura foi reunida para normalizar pontos com maiores problemas. Conforme a Emater, não houve registros de perdas significativa na produção de grãos em função do volume de água, mas o plantio das culturas de verão estão muito atrasadas.
Em Pedras Altas passagens molhadas ficaram submersas e bueiros foram arrastados Foto: Divulgação TP
PINHEIRO MACHADO – No município, conforme informado pelo secretário de Obras, Danúbio Peres, não foram registrados casos de destelhamento ou pessoas desabrigadas. “Houveram muitos registros de casas alagadas, mas ninguém desabrigado ou algo mais grave como na região. Conseguimos atender aos chamados da população para ajudar no que foi preciso e permanecemos em alerta durante todo o período chuvoso”, disse.
Em contato com o vice-prefeito e secretário da Educação, Cultura e Desporto, Jackson Cabral, em relação às aulas – somente no interior foram canceladas. “Na zona rural as estruturas dos prédios das escolas não foram comprometidas pelos temporais, mas as condições das estradas acabaram inviabilizando a passagem do transporte”. A retomada das aulas está confirmada para esta sexta-feira (1º).
HULHA NEGRA – No município não houve registro de destelhamentos, mas pelo menos três residências foram alagadas em razão do acúmulo de chuvas. A equipe de Obras da Prefeitura precisou ser acionada para limpar a canalização. As aulas foram suspensas devido a bloqueios nas estradas pela queda de árvores e alagamentos. A energia elétrica também sofreu desligamentos em diversos momentos.
BAGÉ – A manhã do dia 29 de outubro deste ano será inesquecível para muitos bageenses. Uma forte tempestade que iniciou aproximadamente às 7h causou muitos danos em toda cidade. Segundo registros do Aeroporto Comandante Kraemer, o forte vento que atingiu a Rainha da Fronteira passou dos 105km por hora e deixou um rastro de destruição – com registros de casas destelhadas, árvores e postes caídos, falta de luz, muitos danos na rede elétrica e vias interrompidas. Além disso, a chuva constante em dois dias seguidos captaram volumes de cerca de 150mm, de acordo com o Instituto Nacional de Metereologia (Inmet), o que ocasionou ainda mais problemas como alagamentos, estradas e pontes sem passagem. O acumulado de precipitação de outubro, segundo o DAEB, fechou em 369mm, sendo que a média histórica para o mês é de 205,9mm.
Bagé registrou diversas árvores centenárias caídas no centro da cidade Foto: Guilherme Monteiro/Especial TP
Nas praças centrais Silveira Martins (Coreto) e da Matriz o cenário era de muita destruição. A ventania arrancou árvores centenárias e mudou o visual dos espaços. Os bairros Pedra Branca e Passo das Pedras foram os mais atingidos pela força do vento e tiveram mais casas destelhadas. O Parque Silveira Martins sofreu com mais de 36 horas sem luz. A Santa Casa de Caridade também sofreu grandes danos e emitiu uma nota solicitando que a comunidade da região só procurasse o hospital em caso extremo de urgência. Escolas, universidades e órgãos públicos tiveram que suspender as atividades devido às consequências. O Instituto Federal Sul-riograndense (IFSul), conforme relato de servidores e alunos, ficou alagado e grande parte dos equipamentos foram danificados.
Diversos prejuízos já foram contabilizados no IFSul-Bagé (foto) Foto: Divulgação TP
O Prefeito Manoel Machado decretou situação de emergência, as secretarias do município trabalham desde terça-feira para amenizar os problemas. A Defesa Civil da cidade atua desde o início do mau tempo com o atendimento às residências mais afetadas distribuindo lonas. O Governador gaúcho Eduardo Leite enviou ajuda humanitária através da Central de Doações para o município. No Ginásio Militão há um ponto de coleta de itens gerais para atender os mais atingidos.
O IFSul emitiu nota na manhã desta quinta-feira (31) notificando que foram canceladas as aulas de todos os cursos no câmpus Bagé até dia 4 de outubro. A motivação é devido aos estragos causados pelos temporais. “Ocorreram danos nos telhados da maioria dos blocos do campus, e algumas salas estão interditadas por estarem alagadas”, diz o texto. Sobre as aulas da próxima semana, o campus avaliará na segunda-feira-feira (4) se ocorrerão normalmente ou se haverá novo cancelamento, já que ainda há previsão de chuva para a cidade.
Dom Pedrito cria campanha para doações
Várias residências ficaram destelhadas em Dom Pedrito. Telhados voaram de cima das casas Foto: Divulgação TP
A Capital da Paz, também localizada na região da Campanha foi uma das cidades mais atingidas pelo temporal na região. Na manhã desta quinta-feira (31), o Rio Santa Maria, que banha o município, atingiu próximo dos 6 metros acima do nível normal. De acordo com informação da Prefeitura de Dom Pedrito a água invadiu residências ribeirinhas e desde a tarde de quarta-feira (30), por precaução, famílias estavam sendo retiradas de suas residências e encaminhadas para a escola Alda Seabra.
Os ventos chegaram a marca dos 145km/hora e além das centenas de casas afetadas com destelhamentos e quedas de paredes, prédios públicos sofreram avaria como a Delegacia de Polícia, três escolas municipais, uma escola estadual e uma ala da 3ª Cia de Eng. e Cmb Mec (quartel). A cidade inteira ficou sem energia elétrica durante um período e equipes da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) começaram os trabalhos de trocas de postes e reparos na rede.
O prefeito Mário Augusto Gonçalves decretou emergência. Nesta quarta-feira (30), o município completou 147 anos e devido ao desastre, uma campanha foi lançada para arrecadação de valores em prol das famílias atingidas pelo vendaval, sendo qualquer quantia solicitada por meio de depósito no Banrisul, Agência 0200, Conta Corrente 04.030229.0-3, em nome de Fundo Municipal de Assistência Social (FMAS). Intitulada “Vamos nos reerguer! Sua solidariedade é o presente que Dom Pedrito merece”, a Prefeitura solicita ajuda para auxílio às famílias. Uma ajuda humanitária também foi encaminhada ao município por parte do Governo Estadual.
Postes de energia elétrica caíram nos pátios das residências
Árvores grandes também quebraram e precisaram ser removidas pelos Bombeiros e Secretaria de Obras
ALERTA SEMA RS
A Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema) em nota emitida nesta quinta-feira (31), atenta para mais chuvas. Confira: “Nesta sexta-feira (1º), a frente fria deve atuar mais entre Santa Catarina e o Paraná, deixando apenas o norte e parte do oeste com chance de chuvas mais expressivas. No restante do Estado é mistura sol com nuvens. As temperaturas voltam a subir pelo Estado e no sábado (2), os temporais voltam com força. As temperaturas voltam a diminuir ficando amenas. No domingo (3), as chuvas seguem pelo Estado e o risco para transtornos é maior na fronteira com a Argentina. São esperados volumes significativos, trovoadas, ventanias e granizo.
