Na manhã desta quarta-feira (25), aconteceu no Fórum de Pinheiro Machado mais uma audiência do caso que chocou a população local e acabou repercutindo na mídia estadual e até nacionalmente. A acusação de matricídio – crime cometido pelo indivíduo que mata a própria mãe – contou com mais uma etapa do processo.
Em entrevista exclusiva ao TP, o promotor de Justiça Adoniran Lemos Almeida Filho, detalhou como se sucedeu esta segunda audiência. “Agora foram ouvidas as quatro testemunhas: três arroladas pelo Ministério Público (dois policiais militares e um civil) e uma pela defesa da menina (uma vizinha) – que deu um relato interessante sobre o que se sabia do dia a dia da família, a movimentação que todos em volta acompanhavam de um modo geral”.
Com essa etapa concluída, conforme explicou o promotor, a instrução foi encerrada. “Como próximo passo, dentro de um prazo de três dias, o MP vai dizer por que ele quer a procedência da ação, por que ele acha que os dois réus tem que ser “condenados”, enquanto as defesas vão dizer por que eles devem ser absolvidos. É depois disso que o juiz sentencia”, explicou.
Segundo informou, a sentença deve sair logo na próxima semana, de acordo com os prazos previstos inicialmente. “O Ministério Público já tem uma posição formada a respeito do caso e vai sustentar todos os fatos que foram articulados na representação, ou seja, a participação dos dois adolescentes tanto no homicídio duplamente qualificado, quanto na ocultação de cadáver”.
Na primeira audiência, ocorrida há duas semanas, além de ouvir os acusados, o Ministério Público solicitou uma avaliação psicológica. Nesse dia, a menina, filha da vítima, preferiu não se manifestar e o jovem mudou sua versão dos fatos, declarando-se inocente. “As avaliações pedidas anteriormente já foram feitas. Não posso entrar no mérito pela questão do sigilo, mas isso vai ser explorado no processo. São avaliações elaboradas pelo Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) e pelo Centro de Atendimento Socioeducativo (Casefe) – só desse período que eles estão internados. Não tem como se fazer um trabalho mais aprofundado, então é relatado aquele dia a dia, o convívio que eles estão tendo, passando as impressões de comportamento – o que de alguma forma também se aproveita”, explicou Adoniran.
RELEMBRE O CASO – Na tarde de sexta-feira, 29 de junho, um homem acionou a Brigada Militar para relatar que o neto havia confessado ter matado a mãe da namorada. Logo as primeiras informações obtidas junto à BM já davam conta da barbárie que o jovem casal – ele com 16 anos e ela com 12 – estava sendo acusado de praticar: a mulher, mãe da menina, foi morta com socos e golpes de martelo. A vítima tinha 37 anos e o corpo foi encontrado enterrado no fundo do pátio da residência. Os adolescentes confessaram o crime a caminho da delegacia. De acordo com a Polícia Civil, a execução aconteceu na quinta-feira (28) e foi motivada pela contrariedade da mãe em relação ao namoro dos dois.