
Após a abertura das valas, os kits de irrigação já poderão ser instalados Foto: Gislene Farion TP
Com a trégua do período chuvoso, a Emater de Pinheiro Machado conseguiu colocar em prática na última semana o início do projeto que disponibiliza sistema de irrigação para sete pequenos produtores rurais. Adquirido através da Consulta Popular, o programa do Governo do Estado possibilita consórcio pelo Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais. Sendo assim, dos R$ 89 mil, cada produtor terá três anos para pagar 20% do valor total do investimento.
Em conversa com o TP, o chefe do escritório da Emater, Rafael Lopes, explicou que os produtores foram selecionados pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural. “Havia uma série de requisitos para concorrer ao benefício, entre eles já ter um açude compatível com a irrigação naquele local. Em outros momentos, esses produtores já foram contemplados com programas de políticas públicas para que tivessem os açudes e agora cada um terá cerca de 1 a 2 hectares com sistema de irrigação”, explicou.

Rafael Lopes é o chefe do escritório da Emater de Pinheiro Machado Foto: Gislene Farion TP
Como primeiro passo da execução do projeto, em parceria com a Prefeitura, já estão sendo abertas as valas nas localidades do Passo do Coelho, Passo do Machado, Cerro dos Cachorros e Rodeio Colorado. “Essa parceria com a Prefeitura é imprescindível porque são eles que têm as máquinas. Nesse caso, cada produtor fornece o diesel que vai ser utilizado na sua propriedade para que seja feito o serviço”, pontuou Rafael. Segundo ele, os equipamentos já foram adquiridos e o próximo passo é a vinda da empresa para a instalação dos kits.
Na oportunidade, o profissional da Emater ressaltou a importância de divulgar a cultura da irrigação em uma região que tem histórico de escassez de chuvas. “De cada 10 anos, normalmente, mais da metade são de secas na nossa região. Então isso vem como um auxílio pra que esse pequeno produtor não fique tão vulnerável em função de alguma intempérie a ponto de perder a sua capacidade produtiva. Claro que não representa muita coisa porque são cerca de 10 hectares entre esses produtores, mas o interessante é que vão ser áreas que a gente vai poder estar difundindo a questão da irrigação. Elas vão servir de demonstração do funcionamento desse sistema que mostra a quantidade de água necessária na produção”.
Conforme explicou à reportagem, essa é uma oportunidade de mostrar aos produtores que a irrigação feita de forma correta tem uma viabilidade muito grande. “Em relação à cultura do milho, por exemplo, precisa em torno de 5mm de precipitação por dia – em torno de 150mm por mês. Em novembro de 2017, choveu apenas 29mm aqui no município, o que faz com que essa produção já seja afetada pela seca, embora o volume de chuva tenha sido maior em dezembro. Com o sistema de irrigação, sabendo do que a planta precisa de chuva e o que se tem de potencial de irrigação – no caso quantos milímetros o teu sistema vai colocar – o produtor vai irrigar de acordo com a necessidade de cada cultura”, salientou Rafael.
Para ele, poder colocar em prática esse projeto onde o produtor tem um custo mínimo nos gastos é de extrema importância para levar a ideia adiante. Além disso, se o tempo colaborar, a expectativa é de que tudo esteja pronto até o final do mês de setembro e que na próxima safra já possa ser visto os resultados. “Na verdade, aqui no município de Pinheiro Machado a irrigação não saiu do papel ainda. Nem mesmo o pessoal da cultura da soja, que tem um investimento bastante elevado e um risco muito maior, tem sua área irrigada. A ideia é divulgar e difundir isso até que o produtor compreenda a necessidade e importância da sua implantação”, concluiu.