
Márcio Rogério preside a cooperativa que também está com feira em prédio ao lado da Coopampa Foto: Sabrina Monteiro
Dentro do especial sobre os 33 anos de Candiota, o jornal conversou com o produtor rural e presidente da Cooperativa de Produção Agropecuária do Pampa Gaúcho, a Coopampa, Márcio Rogério dos Santos, que entrevista ao TP, falou sobre a importância do setor para o município atualmente, bem como acerca do carvão mineral e um possível fechamento da Usina de Candiota, paralisada há quase três meses.
Dos 33 anos que Candiota completa no próximo dia 24 de março, Rogério reside na cidade há 23 anos quando chegou em 2001. Primeiro ele morou no Assentamento Paraíso, mas atualmente reside no Assentamento Madrugada, há cerca de 45 km da sede do município.
Para Márcio Rogério, Candiota possui solo abençoado, de alta produtividade ou de baixo custo para produzir. “Hoje temos uma grande diversificação da produção, como por exemplo, a monocultura da soja, o milho onde muitos produtores plantam para a produção de silagem, uma grande diversificação na questão de áreas plantada para sementeira, noz pecan, uva, oliveira, e a própria pecuária com a criação do gado de corte e ovelhas nas pequenas propriedades, principalmente em área de assentamento, tornando a região uma das maiores produtora de leite do Estado, predominando assim a agricultura familiar”, relatou Márcio destacando também a fruticultura, que tem ganhado espaço dentro das pequenas propriedades com a certeza de comercialização pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do governo federal fortalecendo o emprego e renda das famílias cooperadas.
Por outro lado, ele diz ser necessário um maior incentivo político. “Falta incentivo por parte dos agentes políticos quanto a projetos de desenvolvimento, principalmente na questão de armazenamento de águas, micros barragem, ou até mesmo água potável para consumo humano. Outra questão é quanto às estradas que precisamos estar constantemente reivindicando melhorias, mesmo sendo assunto de direito nosso e dever dos municípios”, frisou.
CARVÃO MINERAL
O presidente da Coopampa, também se manifestou ao jornal sobre a incerteza de Candiota quanto a Usina, que está paralisada e ao carvão mineral. Para Márcio Rogério, o impacto negativo é grande. “O município, para avançar, depende da funcionalidade das usinas. Mas penso que quanto à transição energética, Candiota e região precisa de um plano B, há tantas fontes de energia renováveis, o que falta é tempo para colocar no papel. Hoje, num possível fechamento total das usinas, seria um prejuízo para Candiota e região enorme, junto com desemprego afetando direto a questão econômica da região”, disse o representante da Cooperativa, afirmando que a agricultura e o agronegócio são importantes, mas amenizariam os impactos quanto a arrecadação de impostos.
Ele lembra que há projetos futuros anunciados para Candiota, mas que estariam que estar alinhados com a transição energética e as usinas em funcionamento. Cita, porém estar otimista quanto ao futuro do município, parabenizando Candiota e seus moradores. “São 32 anos de história e completando 33 de lutas, não podemos esquecer os tropeços que fazem parte do crescimento, mas precisamos parabenizar Candiota, pois temos muitas conquistas”, concluiu.
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