BEM-ESTAR

A companhia dos pets como auxílio em tempos de pandemia

Que os animais de estimação são graciosos e bons com­panheiros todos sabem né? Até porque, a maior parcela da população tem ou já teve um amiguinho em casa para cuidar, amar, brincar. Principalmente para famílias menores ou até mesmo quem mora sozinho, o pet é o prin­cipal companheiro, seja por estar sempre pronto para dar e receber carinho, como também por trazer alegria através de suas peraltices e cuidados necessários, em muitos casos como se fosse uma criança.

Se normalmente, com reu­niões familiares constantes, pas­seios em parques ou pequenos encontros os pets já são impres­cindíveis por serem muito compa­nheiros, no momento atual vivido em razão da pandemia do novo coronavírus que, semanalmente, faz as autoridades determinarem regras e cuidados a serem segui­dos, os pets são considerados essenciais.

Por pelo menos três me­ses, uma das frases que mais se escutou e ainda se escuta é “fique em casa”. O pedido feito pelas autoridades públicas, sejam pre­feitos, governadores ou gestores de saúde, tem reduzido na maioria das residências a convivência familiar, fazendo com que aque­las pequenas e, principalmente idosos, permaneçam mais tempo sozinhos.

A companhia de um ani­mal de estimação, sendo na maioria dos casos, cães ou gatos, tem sido uma opção bastante importante no período. O Tribu­na do Pampa conversou com a psicóloga e integrante da ONG Bicho Amigo de Hulha Negra, Naiara Martins, para falar a res­peito do convívio com os animais e a importância deles durante o isolamento social.

Conforme Naiara Martins, os pets ajudam na produção de alguns hormônios no cérebro que são semelhantes àqueles pro­duzidos quando a pessoa recebe carinho de quem ama. Segundo a profissional, eles ajudam também no combate da depressão e soli­dão. “Eles são bons companhei­ros, nos ajudam a nos sentirmos menos sozinhos, ajudam muito no combate a depressão e a an­siedade, porque eles fazem com que a pessoa tire aquele foco dos problemas e tenha algo para o que viver e perceba ser impor­tante para alguém – no caso, os animais”, afirma.

Por outro lado, como in­tegrante ativa em defesa dos animais, ela lembra que o animal requer responsabilidade. “O bi­chinho não vai durar somente o tempo da pandemia, é importante saber que ele vai viver muitos anos. Tem que ter local adequado pra manter eles, agora protegido do frio e no verão protegido do sol, tem que ter água e comida, cuidados veterinários, vacinação para evitar doenças, se precisar sair tem que ter com quem deixar, pois eles sentem falta, antes de ter o animal é importante consultar o tempo e o bolso”, lembra a profissional, dizendo já ter tido alguns pacientes com depressão onde o animal de estimação era uma grande ajuda no tratamento.

“Não vejo minha vida sem meus animais”

Sapeca é uma das gatinhas mimosas de dona Dalva Foto: Divulgação TP

O TP também conversou com Dalva dos Santos Pereira, de 69 anos moradora de Hulha Negra. Apaixonada por animais, ela que é mãe de quatro filhos, avó de cinco netos e ainda bisavó de uma menina, mora sozinha e divide o tempo cuidando do neto Arthur em alguns horários e dos animais que tanto ama.

Tomando os cuidados ne­cessários, a reportagem visitou a casa de dona Dalva, que possui cinco gatas – Sapeca, Menina, Florzinha, Orelhinha e Bigode, que apesar de ser fêmea recebeu este nome do neto Arthur. Na casa, também moram as cadelas Lessie e Laica, a caturrita Lia, quatro calop­sitas chamadas de filhas, o coelho Olaf e algumas galinhas, sendo uma especial chamada Franjinha que pede colo.

Ela contou que os animais são seus companheiros e que não imagina sua vida sem eles, principalmente neste período de pandemia e visitas restritas. “O início do meu dia é dedicado a eles. Não saio de casa e após levantar, primeiro dou comida às minhas cinco gatinhas e depois saio no pátio alimentar os demais. Principalmente as gatas que dor­mem na lavandeira, são minhas companheiras. Sento para olhar novela e elas ficam na volta. Es­tão sempre brincando, correndo, pedindo colo. É uma distração, converso com elas e escuto músi­ca”, conta Dalva.

Solicitada a dar um conse­lho para aquela pessoa que se sente sozinha, Dalva fala em adoção responsável de pets. “Um bichinho de estimação muda a vida da gente. Eles são carinhosos, companhei­ros, mas precisam ser cuidados e alimentados. Eles são seres vivos e a adoção deve ser feita por quem realmente vai cuidar. Os gatinhos, principalmente, são mais indepen­dentes, mas ainda assim requerem atenção, seja para alimentação ou remédio”, comenta.

Apaixonada por animais, a casa de dona Dalva já serviu de passagem para animais vítimas de maus tratos por ser parceira da ONG Bicho Amigo.

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