ESPECIAL MEIO AMBIENTE

“A CRM investe na tecnologia e segurança para minimizar os impactos ambientais”, diz agrônomo

Vegetação sendo plantada pela equipe como compensação Foto: Divulgação TP

A Companhia Riograndense de Mineração (CRM), empresa de economia mista controlada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, é detentora de um potencial de 2.53 bilhões de toneladas de carvão. Sua unidade mineira em atividade está situada em Candiota, com exploração a céu aberto e exercendo um papel social com a geração de emprego e renda, sem deixar de buscar meios para tornar a energia a carvão uma atividade cada vez mais sustentável.

Quando se fala em meio ambiente, há ainda um estigma ambiental quanto ao carvão mineral. Com a finalidade de mostrar qual a concepção da CRM quanto ao tema, o Tribuna do Pampa conversou com o engenheiro agrônomo e de segurança do trabalho Marcel Nunes Fróes, que também é o gerente de Meio Ambiente da CRM de Candiota. Para Fróes, o carvão mineral é visto com estigma devido as decisões aleatórias dos governos passados em relação as mudanças climáticas. Ele destacou que em Candiota são buscados meios de minimizar os impactos ambientais. “Cabe salientar que as emissões de CO2 das usinas a carvão representam somente 0,27% das emissões brasileiras. A mina de carvão mineral da CRM em Candiota, por sua vez, investe na busca de tecnologias para aumentar a produtividade, segurança e minimizar os impactos ambientais. Hoje, a CRM tem gerado recursos financeiros para recuperar os passivos ambientais gerados quando a questão ambiental não era considerada pela sociedade no passado”, explicou.

Ainda com relação ao estigma que se tem sobre o carvão mineral de ser poluidor, o gerente ambiental afirma que com o desenvolvimento das tecnologias que reduziram seu impacto ambiental, ele permaneceu na base da geração de energia elétrica, sendo 41% da geração de energia elétrica mundial. “A famosa chuva ácida foi resolvida. Nos EUA, as emissões de NOx, SOx e particulados foram reduzidas de 82% a 96%, enquanto o consumo de carvão cresceu 146% nos últimos 40 anos. A mina da CRM é a maior fornecedora de combustível a Usina CGT-Eletrosul (Candiota III) a preços competitivos, dando resiliência ao sistema elétrico quando as hidroelétricas estão com níveis baixos em seus reservatórios”, lembrou.

Fróes ainda ressaltou que a matriz de energia tem que ser diversificada e que o carvão é a maior reserva de combustível fóssil do Brasil, mesmo após o pré-sal. “Em quinze anos teremos poucos recursos hidráulicos e com menos reservatórios precisaremos das Usinas Termoelétricas e o carvão pode ajudar a dar mais segurança energética ao Brasil. Agora, se essa política de discriminação do carvão não for revista, estaremos fadados a ver a fonte carvão ser extinta no país e no município de Candiota”, lamentou.

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS – O TP também conversou com Marcel sobre um novo olhar existente quanto as áreas já mineradas, que passaram por um processo evolutivo. Segundo Fróes, o método de mineração a céu aberto consiste na extração na forma de cavas em que o material decapado é depositado no corte já explorado, recontendo o terreno já minerado. “Estas operações de descobertura e preenchimento da cava já minerada é o principal determinante no grau do impacto ambiental provocado por uma mina de carvão. Anteriormente ocorria a perda das camadas superficiais de solo vegetal e de argilas, provocada pelo enterro destas ou pela inversão das camadas, provocando prejuízos irreversíveis e dificultando muito os modelos de recuperação ambiental (passivos ambientais). Atualmente, por outro lado, o planejamento dessa operação de lavra, em que está definido preliminarmente a localização dos bota-foras e os locais para colocação dos materiais decapados (solo vegetal, argilas e estéreis), permite uma recuperação adequada, sendo os resultados obtidos com custos muito mais baixos, se comparados ao procedimento incorreto”, explicou.

Recomposição do solo em área minerada Foto: Divulgação TP

REDUÇÃO DE IMPACTOS – O jornal também conversou com o gerente ambiental sobre as ações realizadas pela CRM em Candiota para minimizar os impactos ambientais. Ele explicou o processo de recuperação das áreas mineradas, que visam recompor a paisagem alterada durante a extração mineral e proporcionar ao solo a capacidade de retornar a atividade produtiva.
De acordo com Marcel Fróes para que se alcance um nível de recomposição equivalente às condições iniciais, deve se fornecer as condições para que o solo inicie o processo de recuperação. “Após o recondicionamento topográfico, iniciam-se as atividades de recuperação com o preparo do solo, aplicação de calcário e adubo para a correção. Uma das etapas mais importantes desse processo é o controle de erosão dessas áreas, por isso, conforme o local, são construídos terraços ou drenagens de contenção, visando reduzir as velocidades de escoamento das águas pluviais e as perdas de solos. A conclusão destas atividades ocorre dentro de 10 a 30 dias após o recondicionamento topográfico. A seguir, inicia-se a etapa de revegetação com o plantio de vegetação rasteira como gramíneas e leguminosas. Após a consolidação dessa vegetação rasteira, de seis a doze meses após seu plantio, é executado o plantio das espécies arbóreas em algumas áreas pré-definidas. Esta vegetação, que tem por finalidade a proteção do solo, pode ser utilizada para o desenvolvimento de floresta comercial ou para o plantio de árvores nativas, visando a preservação das áreas ou recomposição de mata ciliar. Todas as áreas recuperadas recebem tratamento permanente de manutenção e monitoramento visando garantir o processo implantado”, explicou o engenheiro agrônomo.

AÇÕES AMBIENTAIS – A CRM também atua em ações de recuperação e conscientização ambiental. O viveiro Jerivá, que é o responsável pela produção de mudas para recuperação das áreas mineradas, está recebendo nos últimos dois anos a identificação de suas mudas com o uso e confecção de placas indicando nome da espécie, nome popular e família. No viveiro são produzidas por ano, aproximadamente 15.000 mudas de mais de 50 espécies diferentes da flora nativa, oriundas da região.

Com a expansão da mina, faz-se necessário a remoção e transplante de espécies consideradas ameaçadas de extinção, tais como: os exemplares da Palmeira Jerivá, que por sua característica ornamental, são realocados em locais prioritários. Marcel explica que conforme o andamento das atividades de mineração é previsto a remoção dos demais exemplares que forem identificados no futuro traçado da mina.

Além de prover a necessidade de plantio da própria Mina de Candiota, o viveiro Jerivá, em 2018 e 2019, promoveu a doação de mudas nativas para as cidades de Aceguá, Pinheiro Machado, Hulha Negra e Bagé, totalizando aproximadamente 4.200 mudas aos municípios, principalmente em atividades da Semana do Meio Ambiente.

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