A divisão eleitoral não pode ser de Nação

O resultado de primeiro turno para presidente da República mostra um Brasil dividido eleitoralmente. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terminou a contenda com vantagem de 5% ou pouco mais de 6,1 milhões de votos a frente do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). A Metade Sul do RS, Minas Gerais, o Nordeste e boa parte do Norte do Brasil deram a vitória a Lula. Já o Sul como um todo, São Paulo e Rio de Janeiro (os dois maiores colégios eleitorais), além de Espírito Santo no Sudeste e o Centro-Oeste votou em Bolsonaro. Lula venceu em 14 estados e Bolsonaro em 12 mais o Distrito Federal, mostrando assim que fato houve uma divisão nacional.
Nas eleições proporcionais e para o Senado Federal (renovação de um terço), a balança pesou mais o lado do atual presidente da República, quando O seu partido, o PL, fez a maior bancada da Câmara Federal e também oito senadores. Também em termos de governadores, o chamado bolsonarismo levou vantagem.
Analisando os números das eleições deste domingo, em termos de Brasil, se vê claramente, em geral, que as regiões com melhor desempenho econômico, deram a vitória a Bolsonaro. Por outro lado, as localidades com índices de desenvolvimento sócio-econômicos mais baixos, deram a vitória a Lula. Vejamos, como já citado, Metade Sul do RS, entre outros.
Agora iremos para uma disputa de segundo turno, com um país fraturado. E isso é preciso analisar como um fenômeno não local brasileiro e sim mundial. A polarização tem sido a tônica nas disputas do mundo democrático nos últimos anos e por aqui não é diferente.
O fato é que a divisão eleitoral não pode nos deteriorar enquanto Nação. Qualquer que seja o resultado no próximo dia 30 de outubro, quando acontece o segundo turno, precisa, antes de mais nada, ser respeitado, pois mais uma vez o sistema eleitoral brasileiro deu um exemplo mundial de transparência e agilidade – que deve ser um orgulho para qualquer brasileiro. Além disso, como fazem das grandes democracias, caso o desempenho do principal cargo da República não agradar, em quatro anos se tem a chance da troca.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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