A fé como inspiração, o amor como essencial

Quando a gente pensa que já viu tudo na vida, ela te mostra com muita clareza aos teus olhos as coisas que jamais a gente imaginou que iria assistir. Quando você imagina que sua vida está ruim e que um enorme problema está atravessado na sua frente, basta olhar ao seu lado ou atras e você verá algo de tamanho muito maior e mais avassalador.
E quando você pensa que alguém vai se acabar diante da tragédia que se abate, é exatamente aí que a força inspiradora da sabedoria e da experiência vem mostrar sua grandeza fantástica, capaz de superar o maior e mais terrível obstáculo que a vida lhe colocou.
Nestas horas e nestes momentos é possível avaliar com bastante cautela que de fato, Deus não nos dá um fardo maior do que as nossas forças possam carregar, o nosso limite é a força divina e a fé que nos encoraja, dá conforto e nos faz seguir em frente por pior que seja o momento.
A mulher vai até o extremo na entrega do amor, por isso seu amor é mais pleno é mais humano e o segredo para cuidar do amor está no simples cuidado da ternura diária, de esposa, de mãe, de amiga com extrema coragem, uma experiência que não retém absolutamente nada, ao contrário, extravasa a tudo, mas com racionalidade e sabedoria. E assim, por suas atitudes e sua forma de agir, o amor não se acaba jamais, porque ela está sempre e permanentemente adubando o sentimento com sua ternura, afeto, cuidado e carinho.
Então quando eu vi aquela mãe, velhinha, com mais de 90 anos, despedir-se de seu filho único, numa demonstração de serenidade, carinho e agradecimento por tudo quanto ele foi bom para ela, não contive a emoção, e pude entender que o amor entre aquela mãe e o filho que partia foi muito mais forte e pujante do que a perda, que a sabedoria do amor pode vencer obstáculos por piores que sejam eles.
Dedico esta crônica à memória do meu amigo Leonel que viajou fora do combinado mês passado de forma muito precoce e inesperada e ao exemplo esplêndido de sua mãe.

“A morte é sorra mui mansa,
comedera de sovéu
Que vem, desarma o mundéo,
a mandado do senhor
Nos larga num corredor e dá
uma espantada pro céu.”
(João da Cunha Vargas)

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