A publicidade

A publicidade, nas redes sociais, ganhou força nas últimas eleições. Destacaram-se as fake news ou notícias falsas, agindo em terreno fértil.
Quantas pessoas saberiam fazer uma análise da receita do município de Candiota? Quais as perspectivas de evolução desta receita a curto e médio prazo? Vai aumentar? Vai diminuir? Vai diminuir e depois aumentar? Certamente, raríssimas pessoas no município sabem responder com alguma qualidade estas perguntas. Mas estas informações deveriam ser de conhecimento de todos. Este ano parece que está tranquilo.
É normal que cada professor da rede municipal de ensino de Hulha Negra atenda em média 9 alunos? Quantas pessoas sabiam disto até receberem esta informação? Quanto mais alunos por professor, maior salário para os professores? Estes têm consciência de que esta matemática é fundamental de ser analisada? O que o município pretende fazer, se pretende, para melhorar o salário dos professores?
Há como debater tecnicamente estes temas nas redes sociais?
Quando eu era prefeito de Hulha Negra (vai fazer 10 anos que deixei de ser em janeiro), o executivo se comunicava com a população através das rádios Difusora e Cultura, de Bagé, da rádio de Hulha Negra, do jornal A 1ª Folha, de Candiota, da RBS-TV Bagé e do site do município.
Na 1ª Folha, no meu último mandato, foram três, havia o ”Espaço Hulha Negra”, meia página por semana produzida pelo executivo, com análises, perspectivas, informações, imagens, breves notícias a respeito do dia-a-dia, onde a comunidade acompanhava o que estava acontecendo, o que estava sendo encaminhado e o que em breve aconteceria em razão de que encaminhado havia sido.
Baltasar Gracián, no livro “A arte da prudência”, escrito quatrocentos anos atrás, já ensinava que intimidade rima com promiscuidade. A relação do executivo com a comunidade deve ser próxima, mas não íntima. Executivos devem tratar com prudência a intimidade das redes sociais. Porém, o cidadão tem o direito de receber adequada informação. A menos de dois anos das eleições municipais, que elegerão prefeitos e vereadores, comunicar adequadamente pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso.
Dias atrás, o debate nas redes sociais girava em torno de fake news, homofobia, racismo, xenofobia, kit gay, etc. No mundo real, dias depois, reforma da previdência, troca da embaixada em Israel, problemas comerciais com Mercosul, países árabes e China, escolha de políticos, alguns oriundos do governo Dilma/Temer, para cargos relevantes.
Desconfie da pauta que te derem nas redes sociais.

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