Eleições – a origem da prosperidade

Vou tratar de uma tese para justificar a im­portância dos trabalha­dores, vistos no Brasil pelos mais ricos como um peso que estes têm de carregar.

A Rerum Novarum: sobre a condição dos operários (em português, “Das Coisas Novas”) é uma encíclica escrita pelo Papa Leão XIII em 15 de maio de 1891, porém bas­tante atual. Era uma carta aberta a todos os bispos, sobre as condições das clas­ses trabalhadoras, em que as ideias distributivistas de Wilhelm Emmanuel von Ketteler e Edward Manning tiveram grande influência na sua composição.

Tratando da origem da prosperidade nacio­nal, o Papa escreveu “…o que torna uma nação próspera, são os costumes puros, as famílias fundadas sobre bases de ordem e de moralidade, a prática da religião e o respeito da justiça, uma imposição moderada e uma repartição equitativa dos encargos públicos, o progresso da indústria e do comércio, uma agricultura florescente e outros elementos, se os há, do mesmo gênero; todas as coisas que se não podem aperfeiçoar, sem fazer subir outro tanto a vida e a felicidade dos cidadãos”. Vou ressaltar: “…sem fazer subir outro tanto a vida e a felicidade dos cidadãos”.

Em outro momento, Leão XIII afirma: “…a fonte fecunda e necessária de todos estes bens é principalmente o trabalho do operário, o trabalho dos campos ou da oficina. Mais ainda, nesta ordem de coisas, o trabalho tem uma tal fecundidade e tal eficácia que se pode afirmar, sem receio de engano, que ele é a fonte única de onde procede a riqueza das nações”.

Volto ao cenário atual no Brasil. As pri­meiras pesquisas foram publicadas e a direita brasileira entrou em justificado pânico. O dólar disparou e esta é a mais óbvia indicação do “deus” chamado “mercado”.

Em geral, a “direita” visa promover os in­teresses dos ricos e a “esquerda” visa promover os interesses dos pobres. O ideal seria alguém de centro direita ou de centro esquerda, mas no Brasil de hoje não existe “centro”. A esquerda, se for minimamente competente, ganha. Por uma razão simples, os ricos são poucos.

A ampla maioria dos ricos, no Brasil, ainda acham que trabalhadores devem estar a serviço deles, quando quiserem, pelo tempo que quise­rem, ganhando o que os ricos quiserem e com os direitos que os ricos lhes querem dar, basta ver de perto a reforma trabalhista e a proposta da reforma da previdência. Os políticos que os representam não têm chance de vencer alguém qualificado. Deverá vencer alguém que reco­nhece o valor do trabalho, dos trabalhadores, e propor justa distribuição da riqueza em prol do bem de todos.

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