A razão no sentido correto

Por Cristian Canto

Razão, no sentido geral, é a faculdade de conhecimento intelectual próprio do ser humano, é um entendimento, em oposição à emoção. É a capacidade do pensamento dedutivo, realizado através de argumentos e de abstrações. É a faculdade de raciocinar, de ascender às ideias.
A palavra razão tem origem na palavra latina, “ratio” e na palavra grega “logos”, que significam reunir, juntar, medir, calcular, portanto, razão significa pensar, falar ordenadamente, com medida, com clareza e de modo compreensível.
Na célebre frase do filósofo francês, Pascal (1623-1662), “O coração tem razões que a própria razão desconhece”.
Acredito que eu tenho razão quando digo que o significado ou, pelo menos a forma com que as pessoas usam a razão está totalmente equivocada. Mas só acho!
Apesar de o motivo de querermos ter a razão, estar certos no que pensamos, ser a relação entre pensamento e realidade, ainda assim existe uma diferença entre as pessoas que são relativamente tranquilas na defesa de seus pontos de vista e outras que precisam ter o tempo todo a palavra final.
A explicação reside na diferença de personalidade de cada um. A teimosia caracterizada pela segurança ou a falta dela, alcança na maioria das vezes um grande e inevitável desconforto. Ou seja, mesmo estando errado, o “dono” da razão nunca dará o braço a torcer.
A falta de informação verdadeira e o aumento de dicas duvidosas, circula principalmente na internet criando uma gama de professores, coaches e proprietários da razão. Nas redes sociais, se não for do mesmo pensamento deles, será excluído, cancelado, e o pior é que os seguidores dessa nova seita só aumentam, contribuindo cada vez mais com a disseminação de notícias falsas (fake news).
Li que alguns pseudointelectuais criticam as pessoas que trocam uma boa leitura para assistir o BBB – Big Brother Brasil – Eu assisto BBB e leio muito também, na proporção que eu desejar. Cada um que escolha como seguir sua vida.
O que quero dizer é que na minha humilde opinião, tem muita gente que sabe como resolver a vida alheia, no entanto, esquece que a sua própria história está sem conteúdo. Se abrimos jornais e revistas percebemos alguns apoiadores, em livros é muito raro algum tipo de patrocínio. Em compensação, numa única edição do BBB que oferta um milhão e meio para o campeão e mais alguns outros valores para o segundo e terceiro colocado, chega a receber 600 milhões em patrocínios. Pensando pelo contexto de visualização e importância econômica, o que seria mais importante, um reality ou um livro?
Você respondeu alguma das opções, não é? E provavelmente escolheu o reality. Mas no final das contas qual é a razão de outra pessoa decidir o que deve ser visto ou lido?
Eu penso que a leitura é extremamente importante, inclusive, incentivo a esse ato, no entanto, todos são livres para decidir qual entretenimento cabe a si. Tudo o que há tem o seu valor.
Essa certeza na razão não deve ser contagiosa, nem sempre ter a última palavra é algo necessário. A pessoa mais segura e confiante não é aquela que parece sair ganhando, mas aquele que consegue olhar além e ver que é bobagem criar uma briga e um desentendimento apenas porque as opiniões podem divergir. Afinal, não precisamos concordar em tudo para criarmos relações harmoniosas. Futebol, politica, filosofia e religião são temas polêmicos, isto não significa que devemos deixar de conversar sobre eles, pois aprendemos muito no diálogo com os que estão ao nosso redor.
Se usarmos a razão como deve ser usada, pode ser a busca pela fonte de qualquer assunto seja o primeiro passo antes de jogarmos conversa fora na roda de amigos. Da mesma forma que a fake News está em nossas mãos, as fontes confiáveis também.
Perguntinha: Já escolheu seu preferido no BBB? Comenta lá no Site do TribunadoPampa.com
Obrigado por ler até aqui e até a próxima.

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