Adão Silveira

*Cássio Gomes

Adão Vieira Silveira nasceu em Candiota no dia 19 de fevereiro de 1945. Filho de Juvêncio Silveira e de Maria Francisca Vieira Silveira. Esta nativa do Passo dos Carros, interior de Candiota e aquele de origem uruguaia. Ela do lar e ele, primeiramente alambrador e depois carpinteiro da DACM (Departamento Autônomo de Carvão Mineral – atual CRM). O casal teve nove filhos, sendo Adão o caçula.
Adão fez seus primeiros estudos na Escola Dario Lassance. Após, foi transferido para o Instituto de Menores de Bagé, onde concluiu o primário.
Aos dezesseis anos foi trabalhar num circo e pretendia ir embora com ele; porém, sua mãe não deixou. Foi nesse local que começou a tocar violão, cantar e escrever poesias.
Desde cedo demonstrou apreço pela cultura gaúcha, onde ajudou a fundar o CTG Luiz Chirivino, trabalhando diretamente na construção da sede da entidade.
Também trabalhou em prol da Escola Dario Lassance.
Contraiu matrimônio com Arlete Azambuja, no dia 11 de maio de 1968. Desta união teve os filhos: Bibiana, Mateus e Karina.
Criou juntamente com Valdemar Fagundes o festival “Canta Candiota”. O evento acontecia todos os finais de semana no Clube de Dario Lassance (Sociedade Recreativa da Mina de Candiota), com a participação da comunidade, onde adultos e crianças cantavam, acompanhados dos idealizadores. Karina, sua caçula, desde pequenininha demostrou talento para a música e cantava junto com o pai, também participando do festival. Ela pretendia seguir os passos do pai, mas faleceu prematuramente, aos sete anos de idade.
Adão Silveira trabalhou na CRM (Cia Rio Grandense de Mineração) durante vários anos, no tratamento de água da estatal, desligando-se da mesma para se dedicar a sua carreira musical.
Projetou e construiu uma casa com arquitetura diferenciada na rua Juvêncio Silveira, na sede de Candiota, que ficou conhecida como a “casa de vidro”, pelos seus adornos feitos de garrafas de vidro. A mesma possui um desenho na fachada no formato da chaminé da Usina de Candiota.
Anos mais tarde, já desquitado, une-se a Hulda Alves Menezes, com quem teve o filho Vitor.
Em 1995, lançou no CTG Luiz Chrivino, seu primeiro trabalho musical, o LP “DUAS ORIGENS”, no qual tem uma música em homenagem a sua filha Karina.
Viajou por todo o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, realizando apresentações e vendendo seu LP.
Anos após, na década de 2000, gravou seu segundo trabalho, o CD “NOVO HORIZONTE”, onde consta a música de mesmo nome, que se tornou Hino Municipal de Candiota.
Faleceu em um acidente de carro na cidade de Pelotas, no dia 04 de setembro de 2001, dois dias antes de chegar seu novo CD.
Adão também compunha músicas para os candidatos a vereador e a prefeito de Candiota. Segundo relatos, ele foi um dos primeiros pesquisadores sobre a história da Capital Nacional do Carvão.
Pelos seus relevantes serviços prestados à comunidade candiotense, em 2017, seu nome foi imortalizado em uma rua do Residencial Candiota, na sede do município, através de um projeto de lei de autoria do vereador Fabrício Moraes.

(Escritor e Historiador)

Comentários do Facebook