
Larissa é a filha caçula e tinha 9 anos quando o pai assumiu também o papel de mãe Foto: Silvana Antunes TP
Pai de sangue, pai adotivo ou pai simplesmente de coração, o padrasto ou paidrasto. São por diversas maneiras que uma pessoa pode receber o título de Pai. No próximo domingo (9), a data é toda em homenagem a eles, os pais, que também dedicam seu carinho, atenção, amor e cuidado para pequenos seres – na maioria dos casos – mostrando que estão ali para proteger, assim como para tentar indicar o que é certo ou errado.
Em razão disso, desse momento tão especial, o Tribuna do Pampa traz nesta edição que antecede a data, uma história especial, de um pai de Hulha Negra: Paulo Roberto Pinto da Silva, 66 anos, que em certo momento de sua vida precisou ser pai e mãe. Desta forma – indo mais além da cultura comercial que a data também lembra em razão do incentivo aos presentes -, homenageamos seu Paulo Roberto e também prestamos uma homenagem a todos os pais.
A reportagem do TP visitou, seguindo os protocolos sanitários que o período da pandemia do novo coronavírus exigem, na última quarta-feira (5), seu Paulo, que conversou com o jornal acompanhado da filha caçula Larissa, que mesmo após o casamento, seguiu morando com o pai para permanecer ao seu lado. Apesar de um pouco triste, a história emociona e serve de exemplo, pois mostra um amor verdadeiro, incondicional. De forma tímida, Paulo contou como foi para ele se tornar a principal figura da casa, a base de apoio e de crescimento para os filhos.
CASAMENTO E FILHOS – A história familiar de Paulo, que hoje é aposentado, começou em 1986, quando casou com Rosamélia, já mãe da menina Tatiane. O papel de pai foi intensificado em 1988 com a chegada do primeiro filho, Maurício, para fazer companhia à enteada. A filha caçula Larissa chegou em 1996, para triplicar o amor e a responsabilidade. “Ser pai foi uma felicidade muito grande, muda tudo, quem não quer ser pai?”, manifestou seu Paulo.
PERDA DA ESPOSA – A perda de Rosa Amélia, em 2005, para um câncer, tirou o chão de Paulo. Conforme ele contou ao TP, a dor e tristeza completaram um momento ruim vivido pela família dois anos antes, a morte trágica de Tatiane.
Após perder a esposa, Paulo se viu diante de um filho adulto, mas também de uma menina de 9 anos, que precisava ainda de mais cuidado e amor, além do netinho de 2 anos na época, filho da enteada e que também o chamava de pai. “Foi bastante difícil, uma batalha, abandonei o serviço para cuidar de Rosamélia. Foi um grande sofrimento, ela esteve hospitalizada e quando ela faleceu tive que cuidar da Larissa e trabalhar ao mesmo tempo. Quinze dias depois ela caiu na escola e quebrou os dedos, fiquei desesperado, sai correndo para ver o que tinha acontecido. Na época, meu netinho foi morar com o pai, outro sofrimento, era como um filho pra mim”, conta.
Paulo ainda complementou: “Ficava entre a cruz e a espada. Contei com o apoio das minhas irmãs para me ajudar, pois enquanto eu trabalhava, eles ficavam sozinhos”.
PAI E FILHOS – Através de algumas poucas palavras, Larissa homenageou o pai lembrando da figura que ele foi quando a mãe ainda estava entre eles, bem como dos momentos vividos sempre apoiados pelo pai. “Vi meu pai sempre ao lado da minha mãe. Só tenho coisas boas para falar dele e para ele. Ele sempre esteve comigo em todos os momentos, sempre, foi um baita pai e mãe junto. Só posso dizer que amo muito ele”, disse Larissa.
Olhando para a filha com jeito carinhoso e fazendo referência também a Maurício, Paulo finaliza: “Meus filhos são tudo em minha vida”.