Após o protesto realizado na BR-293 por moradores do interior de Candiota, no fim da manhã de quarta-feira (17), em razão dos serviços prestados pela Equatorial Energia e pela falta de luz em algumas residências, a empresa e o prefeito Luiz Carlos Folador, tiveram um encontro na Prefeitura para tratar sobre o assunto juntamente com os manifestantes.
O prefeito Folador informou que durante a reunião, a Equatorial afirmou que a partir desta semana irá disciplinar equipes para Candiota para melhorar o atendimento das ocorrências. “Eles irão buscar pessoas que possam resolver os problemas daqui de maneira rápida, principalmente na região da Madrugada, Pátria Livre, Paraíso, entre outras localidades”, disse ele, citando alguns prejuízos que os moradores estão tendo com a falta de energia.
Durante a paralisação de veículos próxima ao trevo de acesso ao município, um dos manifestantes e morador do assentamento Madrugada, Dirceu Zanatto, relatou que já ficaram 13 dias consecutivos sem energia, sendo que na sua comunidade cerca de 135 famílias são atendidas pela Equatorial. “Muitos deles são idosos com até mais de 90 anos, cadeirantes como o meu pai, e ele ficou todos esses dias tomando banho de copinho”, lamentou. Além disso, ele que também possui bacia leiteira, contou que atualmente estão pagando para produzir, pois o leite só pode ser comercializado se estiver com 3°C (três graus) de temperatura. “Quando o leite sai do ubre da vaca, ele tem entre 25°C a 35°C, e sem energia elétrica não tem como diminuir para 3°C e acabamos jogando tudo fora, e isso é a subsistência das famílias”, ressaltou, mencionando ainda os gastos com funcionários e em ração para os animais.
Do assentamento Pátria Livre, a produtora de leite, Solange de Abreu contou que um grupo já estava há 19 dias sem energia e outras famílias bem mais do que isso. “O protesto foi uma forma de chamar a atenção das autoridades, pois algumas pessoas dependem da energia para guardar remédios, como a insulina, por exemplo. As pessoas idosas não conseguem tomar um banho decente, sem falar que dependemos da luz para gelar o leite e tirar a nossa renda mensal”, destacou ela.
Além da Madrugada e Pátria Livre, foi informado que o assentamento 20 de Agosto também está entre os afetados da falta de energia.
O presidente da Cooperativa de Produção Agropecuária do Pampa Gaúcho (Coopampa), Márcio Rogério dos Santos, que também esteve presente na manifestação e na reunião com a empresa, escreveu em suas redes sociais o problema que os produtores estão enfrentando. Na nota, ele fala sobre o uso de geradores para não perder o produto. “Só para tentar manter o leite próximo aos 4°C o produtor gastaria em média 18 litros de combustível, se fosse a gasolina daria R$ 115 por dia. Então meus amigos não têm conta que feche, imagina gastar combustível mais de 20 dias, da forma que vem acontecendo, sendo que o produtor recebe em média R$ 2,14 pelo litro de leite pago”, pontuou.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*