AQUISIÇÃO JUDICIAL

Área da Cooperativa Tritícola Assis Brasil é parcialmente comprada em Hulha Negra

Ainda está aberta para negociação com o Estado, a área correspondente ao ginásio municipal. Prefeitura de Hulha Negra diz estar pleiteando a compra da área já locada pela administração

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Até o momento a área foi adquirida por nove compradores Foto: Silvana Antunes TP

Após entrar em processo de liquidação há 30 anos e há 20 estar sob execução fiscal por parte do Estado do Rio Grande do Sul, as tentativas de leilão judicial que tinham por finalidade a venda do Complexo da Cooperativa Tritícola Assis Brasil, localizado no município de Hulha Negra, finalmente tive­ram resultados concretos.

O Tribuna do Pampa teve acesso, com exclusividade, ao processo e as determinações judiciais que apontam ter sido homologado pela Justiça e li­berado para pagamento de uma entrada de R$ 188 mil e o restante em 30 parcelas por meio de uma Guia de Depósito Remunerado, o valor corresponde a aquisição parcial de imóveis e terrenos da Cooperativa, adquirida por nove compradores, dentre estes, pesso­as físicas e jurídicas, que já eram locatários dos prédios e residên­cias, denominados JP Materiais de Construção Ltda. e outros, que arrematam 60% da área total dos imóveis e haviam apresentado a segunda melhor proposta de compra dos bens durante o último leilão realizado em 2018, que estava a cargo do leiloeiro João Honor Coirollo de Souza.

Área adquirida pelos nove compradores compreende mais de 11 mil m² Foto: Silvana Antunes TP

COMPRADORES A parte ad­quirida do complexo, que com­preende residências, loja de material de construção, salão de beleza, lancheria e entidades tradicionalistas, exceto o ginásio municipal, foi adquirida por JP Materiais de Construção Ltda., João Pedro Quadros Silveira, Tais Quadros Silveira, Amanda de Quadros Gomez, Amilton Torbes Rita, CTG Vento Xucro, José Gre­gório dos Santos (PTG Lagoa da Música), Marcelo Mandebura e Janice Silveira da Silveira, com­preendendo um total de 11.157 m² de área comprada com pagamento total de R$ 539.426 mil, mais 6% para encargos com leiloeiro e outros desdobramentos.

Pelo menos três reuniões foram realizadas com a Procu­radoria Geral do Estado (PGE), através do procurador Rodrigo Maurell de Carvalho e o auxílio do advogado Lasier Winkel, sen­do a venda concedida em julho de 2019. Em entrevista ao TP, João Pedro Quadros Silveira disse que além de ser uma conquista para todos os envolvidos, através da união, nenhuma família ficou desamparada e continuarão re­sidindo ou exercendo atividades nos mesmos locais. “Sempre mantemos os prédios, revitali­zações e as estruturas propor­cionaram a geração de empregos no município. Agora, com novos proprietários e depois do proces­so concluído com a expedição das Cartas de Arrematação e as propriedades em definitivo em nome dos compradores, após 27 anos de emancipação político ad­ministrativa, a Prefeitura irá pas­sar a receber imposto sobre esses locais, o que antes não acontecia. Estamos muito felizes”, afirma João Pedro.

Empresário João Pedro adquiriu área do complexo onde possui estabelecimento comercial Foto: Silvana Antunes TP

O TP também visitou outros dois compradores, de di­ferentes realidades, o CTG Vento Xucro, através da integrante da patronagem, Janice Silveira, que arrematou a área da entidade, e o casal Marcelo Mandebura e Ivone Plauth, que adquiriram terrenos. Com brilhos nos olhos e um sorriso no rosto, Janice disse que toda a patronagem está muito feliz, pois há 18 anos estão no local e era um sonho a entidade poder ter a sede própria. “Quando fomos para o prédio levantamos paredes, trocamos pisos e janelas, fomos fazendo algumas pequenas reformas para o prédio não cair. Com o leilão, surgiu a oportuni­dade de compra e conversamos com nossos sócios, que prestaram total apoio. A partir de agora esta­remos mais unidos, promovendo eventos, estamos abraçando esta causa, são 40 crianças que além da escola participam de uma ati­vidade sadia e educativa”, relata Janice, acrescentando emociona­da: “O CTG é a minha vida, é uma satisfação estar ali”.

Já o casal Marcelo e Ivo­ne, falaram ao TP sobre a tensão enfrentada com a possibilidade de saída do local de trabalho e sobre as possibilidades para o futuro. “Durante o processo do leilão e a possibilidade de termos que sair do prédio ficamos preocupados. Nos perguntávamos onde iríamos trabalhar ou em que área. Quando começaram as negociações da compra do complexo e surgiu a possibilidade de negócio ficamos aliviados. Alugamos esse local e o novo proprietário – agora pós leilão – já sinalizou de forma po­sitiva a continuidade da locação para nós. Quanto ao terreno, foi uma oportunidade de compra e nossos planos são o de construir”, relataram.

Quadra com terrenos e residências na rua Laudelino Medeiros também foi arrematada por moradores do município Foto: Silvana Antunes TP

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