10 ANOS DO TP

As caras que fazem e fizeram o TP – Sidimar Rostan

Ao longo dos 10 anos do Tribuna do Pampa, vários profissionais integraram a equipe, e seja por pouco tempo ou muito, todos deixaram e alguns ainda deixam sua contribuição para que o TP se consagre e mostre em suas páginas o desenvolvimento regional. Como forma de relembrar alguns profissionais, homenageá-los e parabenizar o jornal, seguem importantes declarações de alguns profissionais considerados “As caras do TP”.

Sidimar Rostan Foto: Divulgação TP

Qual tua experiência durante o período em que fizeste parte da equipe do Tribuna do Pampa?

Antes de integrar a equipe do Tribuna do Pampa, posso dizer que tinha boa experiência com assessoria de imprensa, cobertura e orga­nização de eventos. Já havia trabalhado com o que se chamava, à época, de webjornalismo. A experiência com redação vinha de estágios na RBS TV Bagé e no Jornal Minuano, onde atuo hoje. Já havia trabalhado com edição de vídeo e ministrado aulas de Cinema na Urcamp. Mas a realidade de uma redação de jornal diário eu conheci, de maneira mais intensa, no Tribuna do Pampa, em seu início. Além de passar praticamente a maior parte do dia envolvido de alguma forma com a redação, primeiramente por uma questão prática, já que morava em Bagé e me deslocava diariamente para Candiota, retornando apenas ao final do expediente, de­sempenhei diferentes funções no período em que pude contribuir com o jornal. Penso que cresci bastante como profissional, aprimorando aspectos que, em outras circunstâncias, não desenvolveria. Conheci melhor todo o processo de produção, da pauta à circulação das edições. Aprendi muito com o retorno que recebíamos por parte dos leitores e também com a equipe, que era pequena, mas muito afinada e comprometida com o projeto que estava em construção.

– Algum momento marcante a ser registrado?

Algumas coberturas marcaram minha trajetória no Tribuna do Pampa. Para mim, ficou mais evidente que trabalhar em uma redação permite não apenas reportar ou documentar uma realidade, mas acompanhar as transformações experimentadas por uma comunidade. Lembro das coberturas que realizamos sobre uma ocu­pação, na sede de Candiota, que resultou em uma ação de reintegração de posse, mobilizan­do dezenas de agentes de segurança. Depois de reintegrada, a área daria origem a um resi­dencial do Programa Minha Casa, Minha Vida. Possivelmente não encerrou o debate sobre os problemas de habitação. Imagino que esteja longe disso. Mas recordo que acompanhamos todos os desdobramentos daquela movimenta­ção, da ocupação, que crescia diariamente, à reintegração, sempre dando voz às pessoas. O equilíbrio na abordagem, mostrando as situ­ações de vulnerabilidade, por um lado, e a pre­ocupação com o urbanismo, também no sentido de garantir moradia digna a todos, por outro, foi muito marcante. Foi particularmente importante, para mim, porque envolvia realidades muito dis­tintas da minha, que atuava como repórter diante daquele cenário e tinha a responsabilidade de contar as histórias das pessoas que buscavam um endereço e de ouvir quem apresentava ar­gumentos contrários à forma como se portavam para alcançar o objetivo. Penso que o jornal cumpriu bem o papel de diversificar ao máximo o número de fontes a ponto de permitir que os leitores chegassem às suas próprias conclu­sões. A cobertura do processo de cassação do prefeito de Pinheiro Machado, Luiz Fernando Leivas, também foi marcante. O resultado, que parecia surpreendente, no início, mexeu com as instituições, alterando as relações em âmbito re­gional. Em Bagé, inclusive, no final da gestão do prefeito Dudu Colombo, quando já atuava pelo Minuano, me deparei com condição parecida, quando foi cogitado um processo semelhante. O advogado que atuou em Pinheiro Machado, junto ao Legislativo, chegou a ser consultado. A postura do Tribuna do Pampa foi muito clara no sentido de explicar, inclusive juridicamente, o que havia acontecido em Pinheiro Machado, e quais poderiam ser os desdobramentos. Quando me deparei com a situação de Bagé, já tinha uma boa base para a abordagem. Aquela foi, sem dúvida, uma cobertura muito marcante, do tipo que se agrega à bagagem.

– Uma mensagem por estes 10 anos?

Para o Tribuna do Pampa, o compro­misso com o desenvolvimento regional não é apenas um lema: é uma ação. E essa disposição para contribuir está presente na linha editorial, quando se posiciona, por exemplo, em defesa da cadeia produtiva do carvão, de sua valorização e necessidade de revitalização do parque gerador. O jornal conseguiu, ao longo da década, mostrar que assumir posição também é importante para a transparência que deve pautar a relação com os leitores. Desejo vida longa ao Tribuna do Pampa e à sua disponibilidade para debater as demandas da região.

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