Conforme as condições, animais são alimentados e vermifugados Foto: Divulgação TP
Cães ou gatos pelas ruas tem sido uma cena comum. Constantemente, postagens com pedidos de ajuda sobre animais encontrados em pontos diversos podem ser visualizadas nas redes sociais. Em Hulha Negra, a situação não é diferente e as voluntárias da Associação Bicho Amigo contataram o Tribuna do Pampa para solicitar auxílio quanto às orientações para a comunidade.
Conforme a voluntária Naiara Martins foi registrado um grande número de animais soltos na cidade nos últimos dois meses, principalmente no Bairro Floresta, distante da área central. Pelo menos dez cães, sendo sete filhotes, foram localizados no bairro. Ela explicou que em 2020 o número de animais abandonados aumentou com relação a 2019, o que segundo ela, pode ser atribuído ao programa de castração proporcionado pela Prefeitura de Hulha Negra. “Tanto animais adultos como filhotes foram soltos neste ano. Ano passado tivemos bem menos animais sendo soltos, talvez como um reflexo das castrações que eram realizadas pela Prefeitura, em contrapartida a este ano onde o número aumentou”, relata.
Naiara mostrou preocupação em razão das condições limitadas da Bicho Amigo para agir em prol dos animais. “A associação não tem lugar e nem condições de cuidar desses filhotes. Muitas pessoas nos procuram pedindo ajuda ao encontrar animais abandonados ou até mesmo quando suas cadelas dão cria, mas não podemos recolher animais, até mesmo porque não temos onde colocar todos esses filhotes. Então muitos deles que não são doados, sejam os adultos ou os filhotes largados, permanecem nas ruas da cidade”, explica.
O TRABALHO – Naiara contou ao TP que neste ano com muita luta e por meio de doações a Associação tentou castrar algumas fêmeas que haviam sido abandonadas, porém a pandemia e a proibição de realização de eventos dificultaram as ações. “Esse ano não foi possível fazermos os bingos que traziam boas arrecadações para que os animais pudessem ser castrados e medicados. Isso porque não temos na Associação um atendimento veterinário gratuito, pois todo animal encaminhado para atendimento tem seu custo. Temos convênio com uma veterinária de Bagé e fizemos os encaminhamentos, mas não temos como levar nem como arcar com os custos”, destacou.
Em nome da Associação, a voluntária Stefany Fernandes, moradora do bairro Floresta pediu a colaboração para o seguimento do trabalho e cuidado com os animais. “Esses animais que são soltos nós alimentamos, medicamos, damos vermífugos e carrapaticida, mas pedimos a colaboração da população para continuar realizando esse trabalho, com ração ou doação de dinheiro. Pedimos também que as pessoas cuidem dos animais para que estes não acabem tendo filhotes, pois às vezes são muito difíceis de doar. Tenham responsabilidade pelos seus animais, pois quem adota deve sempre saber que o animal precisa de atenção, de cuidados veterinários, alimentação e um local adequado para ficar. E também não esqueçam que nesse verão os animais precisam de um local na sombra, com água fresca para se protegerem do sol”, manifestou Stefany.
LEGISLAÇÃO – As voluntárias lembram que abandonar animais ou maltratá-los é considerado crime e está previsto no Código Penal. Em setembro de 2020 foi publicado no Diário Oficial da União a Lei 14.064/20, que aumenta a punição para quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. Conforme a nova legislação, a pena agora vai de dois a cinco anos de prisão, além de multa e a proibição de guarda de novos bichos. O novo texto modifica o artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais 9.605/98, que previa a pena previa de três meses a um ano de reclusão, além de multa. “As pessoas que presenciarem alguém maltratando ou abandonando animais, façam uma denúncia para a Brigada Militar informando a identidade da pessoa, características e placa do veículo”, finalizou Naiara.
Animais são encontrados bastante debilitados e, às vezes, quase mortos Foto: Divulgação TP
