AGROINDÚSTRIA FAMILIAR

Associação Pinheirense de Apicultores elege nova diretoria

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Promover qualificação aos associados é um dos objetivos da APA Foto: Divulgação TP

Fundada em 1999 e retomada a partir de 2014 por um grupo de novos apicultores com o objetivo de trabalhar em um caráter mais profissional, a Associação Pinheirense de Apicultores elegeu sua nova direção que promete dar continuidade ao trabalho que o presidente Julio Moreira vinha desempenhando até então. “Desde 2013 nós estudávamos essa ideia de reativar a APA no sentido de trazer novos sócios e trabalhar juntos mesmo. Foi assim que, em 2014, se montou uma assembleia e uma diretoria para oficializar nossa vontade. Na época, além dos remanescentes, outros 14 novos sócios se uniram”, destacou o agora ex-presidente Julio Moreira.

Julio Moreira cumpriu dois mandatos como presidente da APA Foto: Gislene Farion TP

Questionado sobre o trabalho na associação durante os seus dois mandatos – de 2014 a 2018, Moreira destacou a importância de disponibilizar informação acerca da cadeia apícola. “O trabalho é focado muito na questão de treinamento, de dar condição do pessoal que já tinha bom conhecimento fazer uma reciclagem e trazer a qualificação para os que são novos na atividade. Nesses momentos, também é fundamental entender que o mel é um alimento extremamente puro na nossa região, livre de qualquer contaminante”. Conforme explicou, falar em cadeia apícola é tratar de indústrias direcionadas ao mel, a produção de colmeias, ao transporte especializado – o todo da cadeia. Foi nesse movimento que a associação hoje conta com cerca de 30 sócios ativos e tem conquistado recursos e melhorias oriundas da Consulta Popular.

Segundo ele, a apicultura tem um caráter diferenciado por necessitar do comprometimento com o meio ambiente. “A questão é que se não tem meio ambiente não tem apicultura. Pinheiro Machado proporciona muito isso, o mel produzido aqui tem muita qualidade – dados divulgados em pesquisas feitas com esse mel comprovam os excelentes índices de antioxidantes”, comentou. Com amostras do mel pinheirense, o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Luis Fernando Wolff, garantiu a qualidade do produto.

MARCA – De acordo com Moreira, durante a sua gestão, o destaque no ano de 2015 foi a criação da marca e o lançamento do rótulo para disponibilizar aos sócios da APA. “Essa ideia de padronizar nos dá certa credibilidade, principalmente para o consumidor que recebe uma embalagem totalmente lacrada e identificada. Além do mais, facilita a divulgação da nossa marca”, ressaltou. A expectativa é que isso também venha a alcançar outro patamar, como a participação em feiras como Fenadoce e Expointer. “O mel é uma das partes da cadeia apícola e por aqui já se obteve essa padronização. Hoje já se acha em Pinheiro Machado o mel com a nossa marca, divulgando a associação e destacando que os produtores que usam o rótulo trabalham da mesma forma”.

CASA DO MEL – Com recursos da Consulta Popular, a casa de extração da APA foi concluída em 2018. Para dar início às atividades no local, ainda é esperada a chegada do maquinário adquirido através de emendas parlamentares propostas pelo vereador Mateus Garcia (PDT). “Nós aproveitamos o recurso para construir a casa e com essas máquinas vai ser uma das mais modernas do Estado, praticamente uma raridade nesse padrão. Além disso, também conseguimos o reconhecimento junto ao Governo do Estado como Agroindústria Familiar”. Para Moreira, a satisfação do trabalho em equipe foi o destaque até o momento. “Agora o trabalho segue daqui. Nossa gestão sempre trabalhou unida, eu tenho a satisfação de que foi feito sucessão porque o Rafael era o meu vice-presidente e já era o técnico responsável pelos projetos. Com ele assumindo o papel de presidente se consegue dar continuidade, porque com certeza ele já tem boas ideias para esse mandato. Hoje, saindo da diretoria, o meu compromisso é aumentar a produção como apicultor para dar viabilidade nessa casa – esse é compromisso dos sócios e principalmente meu que estou voltando para o quadro social sem estar na diretoria”, concluiu.

Através de recursos da Consulta Popular, foi viabilizada a construção da casa de extração Foto: Gislene Farion TP

NOVA DIRETORIA – Eleito presidente da Associação Pinheirense de Apicultores em setembro de 2018, Rafael Lopes contou ao TP que o objetivo da nova diretoria é dar continuidade ao trabalho do qual já fazia parte como vice-presidente e reconhece estar prestes a enfrentar a etapa mais difícil de todo o processo. “O nosso maior obstáculo a partir de agora é fazer com que a casa de extração funcione de forma organizada, de modo a contemplar a necessidade dos apicultores com a prestação de serviços. Para isso, enfrentamos a dificuldade de fazer capacitações de boas práticas de fabricação para que o processo de industrialização do produto seja padrão, apesar da sua origem não ser a mesma”, destacou. Membros da nova gestão: presidente: Rafael Gonçalves Lopes; vice-presidente: Marga Emília Robe do Pinho; 1º secretário: Diogo Assis do Pinho; 2ª secretária: Eliane Jung Moreira; 1ª tesoureira: Laira Bandeira Alves; 2º tesoureiro: Riete Ferreira da Silva.

De vice-presidente, Rafael Lopes agora ocupa o cargo de presidente da Associação Foto: Gislene Farion TP

DESAFIO – Para o novo presidente, é importante destacar e atentar para o modelo atual de gestão. “Nesse momento, a questão primordial é montar um sistema de gestão que funcione – que não seja caro para os sócios e, ao mesmo tempo, não seja deficitário para a associação. Esse é o nosso maior desafio agora: o gerenciamento e o funcionamento da casa de extração”. Conforme explicou, a Associação Pinheirense de Apicultores vai passar a ter um modelo de gestão baseado no cooperativismo, podendo cobrar pelo serviço.

ASSOCIATIVISMO – Questionado sobre a Casa do Mel ser o carro-chefe da APA, ele lembrou que ela não será utilizada por todos os sócios e que é preciso atender as necessidades dos integrantes de acordo com seus objetivos. “Não se pode pensar apenas no processo de agroindústria para a extração do mel, deve-se ater muito mais na parte associativa. Nem todos os sócios apicultores serão contemplados com a casa de extração – alguns pelo deslocamento ser inviável, haver pouca produção ou até mesmo falta de interesse na comercialização”.

OUTROS PROJETOS – Além disso, segundo Rafael, é hora de retomar questões que foram deixadas de lado devido aos esforços direcionados para a aquisição da sede. “Por ser um recurso extremamente importante e uma necessidade da cadeia municipal e até mesmo regional, se concentrou todos os esforços nessa instalação”. Para ele, a gestão atual precisa encontrar outras maneiras de contemplar também esses sócios e as necessidades deles – como, por exemplo, fazendo um aprimoramento do manejo.

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