ANO LETIVO

Aulas presenciais iniciam com acolhimento de alunos na rede estadual

Escolas estaduais se prepararam para início do ano letivo que será voltado ao resgate do conhecimento

Entrada da escola Dario Lassance leva mensagem positiva a quem chega Foto: Silvana Antunes TP

Após um período de “novo normal” com aulas via plataformas digitais e materiais impressos e aulas presenciais no final de um ano letivo, 2022 voltou a ter uma rotina escolar, com apresentação de alunos, professores e uma recepção no primeiro dia de aula. Desta forma foi a segunda-feira (21) em quase todas as escolas estaduais do Rio Grande do Sul e região do Tribuna do Pampa, salvo algumas que apresentaram problemas em outras regiões do Estado.

Humildade, respeito, empatia, paciência, dedicação, persistência, superação, sabedoria, alegria, sonhos, garra e vitória. Com palavras positivas coladas na entrada principal os alunos da escola Dario Lassance, de Candiota, foram recepcionados para o ano letivo 2022.

Em entrevista ao TP, a diretora Camila Vidart, que tem ao lado na direção da escola a vice-diretora Jelma Oliveira, a supervisora Josiane Laner e a secretária Diaine Duarte, falou sobre o retorno presencial dos alunos, a organização da escola e as expectativas acerca da retomada das aulas dos 430 alunos matriculados do 1º ao 9º ano.

Direção é composta por Camila Vidart, Jelma Oliveira, Josiane Laner e Diaine Duarte Foto: Silvana Antunes TP

Com relação à pandemia de Covid-19, Camila disse que a direção ainda se preocupa com a doença mesmo com o avanço das vacinas. “Neste primeiro dia não deixamos os pais entrarem, alunos foram chamados em fila, usando máscara, álcool gel em todas as salas e entrada da escola, seguimos as determinações atuais dos protocolos. Tivemos cerca de seis casos de alunos que não retornaram devido a Covid. Ano passado no retorno presencial tivemos baixo índice de contaminação, apenas três casos. Então quanto a isso estamos otimistas”, relatou.

Sobre aprendizagem e expectativas para o ano letivo presencial, a gestora diz acreditar que será um ano desafiador. “Ao mesmo tempo que queremos este retorno, pois acreditamos que é dentro da escola que as coisas se resolvem, além da aprendizagem, tem o afeto, o vínculo, o cuidado direto da criança – se está bem vestida e alimentada – e por dois anos perdemos esse vínculo. Em termos pedagógicos se perdeu muito. Conversamos com os professores a respeito de sondagem, retomada de conteúdos, percebemos que a defasagem de aprendizagem é grande”, afirmou.

Ainda conforme Camila, “as crianças na escola tem acesso direto a todos os ensinamentos, tanto para o aluno como para o professor é bom. A plataforma e o material impresso distanciaram muito alunos e professores. A tecnologia possibilitou o afastamento e no presencial há a possibilidade de olhar para o colega, trocar informações”.

O TP também conversou com a vice-diretora Jelma Oliveira, responsável pela decoração da escola para o ano letivo. “Nossa preparação foi emotiva, estamos ainda vivenciando uma pandemia, de uma situação de medo, angústia, estresse total. Como na escola temos o hábito de dizer que somos a família Dario Lassance, e gostaríamos de receber a todos desta forma, tanto pais como alunos. Com o que tínhamos tentei passar uma mensagem e por isso a decoração de entrada. A mensagem de otimismo é também para termos fé de que a pandemia vai terminar, pois temos alunos e pais com depressão em casa. Também entregamos mimos para os alunos, professores e funcionários como forma de dar boas-vindas e dizer que eles irão construir seu futuro”, expôs.

PAIS E ALUNOS – O jornal falou com pais e estudantes da escola. A aluna Naielly Aguirres Correa, de 12 anos que passou para o 7º ano e já tomou as duas doses da vacina, disse ter gostado da recepção da escola. “Gostei de tudo, dos professores, dos funcionários, das decorações da escola que está linda e colorida, com palavras que tem significado. Neste ano minha perspectiva é recuperar um pouco do tempo perdido”, disse a estudante.

Niciely (D) e a filha Naielly mostram alegria com o início das aulas presenciais Foto: Divulgação TP

Niciely de Almeida Aguirres, mãe da aluna Naielly e funcionária da escola do setor de alimentação escolar, disse ver a escola linda apesar de ainda estar preocupada com a pandemia. “Fico preocupada com esta doença, mas ao mesmo tempo queria o retorno devido a defasagem no ensino, impossível não ter afetado. Minha expectativa é a melhor para 2022”, manifestou.

A pequena Tayane Lima, de 6 anos, foi para a escola pela primeira vez. Junto com a professora Nilse Rosane Lima, do 1º ano, e com poucas palavras enquanto pintava um desenho após ter escrito a data no caderno, a aluna disse ter achado legal ir para a escola. “Sim”, disse a aluna quando a reportagem perguntou se ela iria aprender bastante na escola.

Tayane Lima foi para a escola pela primeira vez Foto: Silvana Antunes TP

Hulha Negra

O jornal também conversou com a diretora da escola Dalva Conceição Medeiros, de Hulha Negra, Cândida Iglaer Silveira, para falar sobre o retorno dos alunos à escola. Conforme relatou a diretora, a escola que conta com 148 alunos, passou por um processo de pintura, cultivo de plantas, melhorias em alguns ambientes da escola e outras melhorias estão previstas, como um novo cercamento do educandário. “Sempre buscamos deixar nossa escola acolhedora. Nós da direção esperamos muito por esse retorno. Sabemos da importância da escola, do convívio com os colegas, do professor junto com o aluno ensinando, tirando dúvidas e socializando”, afirmou.

Escola Dalva foi pintada e organizada para receber os alunos Foto: Divulgação TP

A gestora, por outro lado, fala em sentimentos. “É um misto de sentimentos, envolvendo euforia e entusiasmo, pois preparamos a escola para este tão esperado retorno. Cabe salientar que o fator segurança é muito importante neste retorno as atividades, todos os protocolos de segurança e proteção atuais estão sendo cumpridos”, destacou Cândida.

O TP também recebeu o relato da aluna do 9° Ano, Lauren Danieli Menezes. “Como passamos muito tempo preso dentro de casa, é um prazer encontrar os colegas e os professores”, disse Lauren.

Aluna Lauren Danieli Foto: Divulgação TP

Transporte escolar

O jornal conversou com a titular da 13ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Mirieli Rodrigues para falar a respeito do transporte escolar. A gestora disse ao jornal que Quatro escolas de Candiota estão sem transporte escolar nesta primeira semana. “Estamos ajustando as rotas para iniciar o transporte na próxima semana”, esclareceu.

A gestora também falou sobre o retorno presencial. “Nossa expectativa é a melhor possível, pois voltar com praticamente 100% dos alunos nas escolas, que estão bonitas, reformadas e quadro de professores completo, é motivo de alegria”, afirmou Mirieli.

Em Pinheiro Machado também há problemas com o transporte escolar da rede estadual. Em nota, a Prefeitura informou que o município está ofertando transporte para os estudantes da escola Hipólito Ribeiro nesta primeira semana de aula. A justificativa é a inda não ter sido realizada a licitação do Estado para o transporte escolar. As linhas são as que passam pelas comunidades São João Batista, Passo do Machado e Vila Umbu.
Segundo o prefeito em exercício, Rogério de Moura, nesta quarta-feira (23) será realizada uma reunião com o promotor de Justiça para tratar do transporte. Moura enfatizou que os alunos do Ensino Médio não são de responsabilidade do município, no entanto, para não deixar os estudantes desassistidos, o município ofertará esse transporte.

As escolas estaduais de Pinheiro Machado, são de responsabilidade da 5ª CRE, com sede em Pelotas. O TP tentou contato telefônico com a Coordenadoria, mas não conseguiu informações sobre a normalização do transporte até o fechamento desta edição.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

Comentários do Facebook