INFRAESTRUTURA

Autorizada a construção de uma nova ponte na divisa de Candiota, Hulha e Aceguá

Entre muitas idas e vindas, obra é aguardada desde 2013

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A atual ponte de madeira é bastante alta e apresenta condições precárias Foto: Divulgação TP

Um sentimento de alívio e é claro de dever cumprido paira sobre as lideranças políticas de Candiota, Hulha Negra e Aceguá após o anúncio esta semana, por par­te do governo do Estado, da ordem de início de obra para a construção da nova ponte sobre o rio Jaguarão – na fronteira dos três municípios.

A obra ainda interessa os municípios de Pedras Altas e Her­val, pois está numa importante rota de produção e interligação entre os cinco municípios – todos, além de Pinheiro Machado e Piratini -, integrantes do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimen­to Econômico, Social e Ambiental dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja) e do Fórum de Desenvolvimento Regional, Manejo das Águas e Combate as Estiagens (Fórum das Águas).

A construção da nova estru­tura já possui recursos alocados des­de 2013, fruto de um convênio entre o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desen­volvimento Regional (SEAPDR), entretanto esbarrava até então numa negativa da empresa vencedora da licitação, a Lavoro Engenharia, em realizar o serviço em função de uma questão técnica que implicava no aumento dos custos. Enfim, o go­verno estadual cedeu e o aditivo de cerca de R$ 130 mil foi autorizado há duas semanas (passando de R$ 1,55 milhão para R$ 1,68 milhão).

Com muitas idas e vindas, há muito que as lideranças das três prefeituras e câmaras de vereadores, auxiliadas pelo Cideja e pelo Fó­rum das Águas, peregrinam pelos gabinetes de Porto Alegre e Brasília para que a obra de fato saia do papel. O TP acompanhou este verdadeiro calvário, que resultou em dezenas de viagens, reuniões, esperas, desânimo e euforia, porém nunca desistência. “Nos últimos três anos e nove meses nós corremos muito. Refizemos o projeto, fizemos reuniões na Caixa Federal, na SEAPDR e no Daer, fi­zemos papel de despachante levando documentos de um ladoe outro para viabilizar este recurso. Para nós enquanto Cideja é uma conquista importantíssima esta ponte, pela segurança que ela vai dar para as pessoas do interior para o trânsito e também para acessarem o Hospital da Colônia Nova. Agradecemos de­mais a parceria de todos os prefeitos que fazem parte do Cideja e daslide­ranças do Fórum por acreditarem que este trabalho era possível e a gente conquistou esta vitória”, comemorou o prefeito de Candiota e presidente do Cideja, Adriano dos Santos (PT).

O coordenador do Fórum das Águas, vereador de Aceguá, Edmundo Pichler, disse que enfim chegou o dia tão sonhado por eles. Ele lembrou o tanto de luta e per­sistência que se teve para chegar até o ajuste do valor do contrato. “Isso vem desde 2013 e já naquela época a ponte apresentava muitas dificul­dades, imagina agora, cerca de sete anos depois. Na época, demonstra­mos em Brasília a precariedade da estrutura. Agora viramos a página. Esperamos que a empresa seja célere no trabalho e que possa concluir em menos de sete meses, pois no período de verão a correnteza do rio é menor e facilita o trabalho. Com a nova pon­te ligaremos com excelência todos esses municípios, sendo uma região de muitos negócios e de acesso à saúde”, analisa o coordenador.

Para o prefeito aceguaense, Gerhard Martens, a nossa maior preocupação é com a segurança de quem transita no local. “Já fazem sete anos que estamos lutando por essa obra. É um momento de felici­dade para todos nós”, resumiu ele.

Na semana passada, o proprietário da empresa, os prefeitos de Candiota e Aceguá e lideranças dos três municípios estiveram no local Foto: Divulgação TP

ESTRUTURA PRECÁRIA A ponte atual representa um risco para as comunidades que a utilizam. Feita de madeira, ela está praticamente condenada e a possibilidade de um acidente no local é iminente. Em janeiro do ano passado, a travessia chegou a ser interditada, porém como é uma rota muito utilizada, as próprias comunidades, mesmo sabendo do risco, seguiram usando.

O prefeito de Hulha Negra foi contatado pelo jornal, mas até o fechamento desta edição não havia retornado.

Ponte representa riscos para quem a utiliza Foto: Divulgação TP

A OBRA Na última semana, o proprietário da empresa vencedora da licitação, Edison Luiz da Silva, esteve visitando o local da obra, acompanhado dos prefeitos Adriano e Gerhard Martens, quando pode antecipar questões de logística.

Na Ordem de Serviço (OS), emitida desde o dia 1º de setembro, porém com conclusão de trâmite neste dia 8, a obra está prevista em sete etapas de desem­bolsos financeiros. A primeira prevê R$ 196,3 mil com 11,7% da obra concluída. O maior desembolso será na etapa 3, quando mais de 40% da obra estará pronta, no valor de R$ R$ 373,2 mil. A última etapa será de R$ 242,5 mil, completando os R$ 1,68 milhão.

Conforme o dono da em­presa repassou ao TP, já na próxima semana deverá haver algum tipo de movimentação, especialmente na parte de iniciar a instalação do canteiro de obras. Ele acredita que o cronograma se sete meses é suficiente para entregar a obra, contudo ele relata uma dificuldade no mercado gaúcho de se adquirir aço. “Já estou contatando outros es­tados para acessar o material. Parece mentira, mas está faltando aço, que é fundamental para fazermos uma ponte. Mas já estamos correndo atrás”, disse.

A obra deve gerar cerca de 12 empregos, sendo que mais da metade a empresa pretende preen­cher com pessoas da região.

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