GASEIFICAÇÃO DO CARVÃO

Avança projeto de indústria de metanol

Projeto está orçado em US$ 350 milhões e a Vamtec busca parceiros financeiros para concretizá-lo

Área do Candiotão possui boa estrutura para instalação da planta

Área do Candiotão possui boa estrutura para instalação da planta Foto: Arquivo TP

Uma ótima notícia foi dada na tarde da última quarta-feira, 27, no Legislativo candiotense: o carvão de Candiota é apto para ser gaseificado. A informação é do consultor de Desenvolvimentos de Projetos da Vamtec, o engenheiro metalurgista José Paulo Milan Amaro. O mineral presente no município, que tem elevado teor de cinzas, foi testado nos Estados Unidos e apresentou boas condições de ser convertido em produtos carboquímicos em escala industrial. “Dentro do processo que estamos propondo, consegue eliminar as cinzas bem”, informou Amaro ao prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador (PT), secretários e vereadores, que estavam presentes no encontro realizado na câmara.

Projeto foi apresentado à lideranças de Candiota nesta quarta-feira, 27

Projeto foi apresentado à lideranças de Candiota nesta quarta-feira, 27 Foto: João André TP

Com os resultados positivos, a Vamtec e a norte-americana Synthesis Energy Systems (SES) buscam agora colocar em prática o projeto que elaboraram há cerca de quatro anos e é voltado à produção de metanol a partir da gaseificação do carvão de Candiota. A gaseificação representa a produção do Syngas (gás sintético), matéria-prima para derivados como metanol, ácido sulfúrico, fertilizantes e material para produção de plásticos, além de combustível para produção de energia limpa, gerada sem que ocorra queima direta do mineral. O empreendimento da Vamtec/SES está avaliado em US$ 350 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão em cotação desta quinta-feira, 28). A empresa está tentando captar os recursos para poder viabilizá-lo. De acordo com Amaro, a meta é conseguir que 70% do valor seja financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o restante por investidores diretos que vão se tornar acionistas da empresa.

Conforme Amaro, cada litro de biodiesel contém 12% de metanol e o Brasil importa atualmente 1,5 milhão de toneladas desse composto químico por ano. Segundo ele, a unidade da empresa deverá fornecer 700 toneladas por dia, assim como poderá produzir ácido sulfúrico para a fabricação de fertilizantes.

François, Amaro e Folador estão confiantes que projeto irá sair do papel

François, Amaro e Folador estão confiantes que projeto irá sair do papel Foto: João André TP

UNIDADE EM CANDIOTA – Embora ainda esteja tentando conseguir parceiros financeiros para executar o projeto, a Vamtec já está procurando uma área em Candiota para instalar uma planta industrial de produção de metanol para atender a indústria de biodiesel nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Na quarta-feira, 27, Amaro e o gerente de Engenharia da empresa, o francês Jean François Gerard Yves Levitre, estiveram no Candiotão, que pertence à Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (Eletrobras CGTEE) e fica próximo à Companhia Riograndense de Mineração (CRM), na sede do município. Nesta sexta-feira, 29, o projeto será apresentado ao secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT) do Estado, Fábio Branco.

François disse que na fase de construção da unidade em Candiota deverão ser gerados cerca de 1,5 mil empregos diretos. Já durante a operação, ele acredita que serão criados 250 postos de trabalho diretos e 500 indiretos.

Animado com a notícia, Folador destacou que o empreendimento, assim como outros que têm como matéria-prima o carvão, beneficiará não apenas a cidade com empregos e renda, mas toda a região.

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