Na terça-feira (3), foi comemorado o Dia do Biólogo, profissão que possibilita o profissional a atuar em diversas áreas, seja em universidade, instituições ligadas ao meio ambiente ou em laboratórios. Para conhecer um pouco mais da área e seus desafios, a bióloga candiotense, Suelen Dias Segui, 29 anos, contou um pouco da sua experiência e rotina dentro da profissão.
No início da conversa, Suelen começou falando sobre quando ingressou na área de biologia. Segundo ela, tudo começou em 2013 quando ela entrou para o curso na Universidade da Região da Campanha (Urcamp) em Bagé, e já teve experiência de estágio na área do meio ambiente. “Na época ainda era a CGTEE, fiquei lá por dois anos e depois disso fiz vários estágios no período da graduação, como na Companhia Riograndense de Mineração (CRM), Escola Neli Betemps quando dei aula, no Laboratório Grillo, no plano diretor que foi implantado em Hulha Negra e Candiota, entre outros locais”, mencionou ela, destacando que o mais marcante foi o estágio no período de instalação da obra da UTE Pampa Sul, quando trabalhou mais com fauna, regaste de animais e outras coisas.
A profissional também mencionou que quando se formou, em 2017, após 15 dias já passou em um processo seletivo e começou a atuar na área. Em suas palavras, ela destacou que foi desafiador e muito legal ao mesmo tempo, pois teve outros tipos de experiência, principalmente por trabalhar com mais pessoas.
MOMENTO MAIS INCRÍVEL
Ao ser questionada sobre o momento mais incrível que já passou com a biologia, e que sempre conta para as pessoas quando tem oportunidade, Suelen disse que foi quando começou a fazer estágio em uma empresa e trabalhar com a parte da fauna, a qual sempre gostou mas não havia tido oportunidade até o momento. “Era um processo de resgate e afugentamento de animais silvestres no empreendimento da UTE Pampa Sul. Eu fazia várias áreas diferentes e literalmente rodei Candiota inteira, e nós tínhamos que fazer o monitoramento de mamíferos de médio e grande porte, chamado de Radiotelimetria”, relembrou.
Neste processo, era preciso colocar algumas gaiolas em áreas predeterminadas e fazer a captura desses animais, para então coletar o material biológico e levar para a Universidade. Além disso, um colar era colocado em cada animal para verificar a área de vida e o impacto do empreendimento sobre eles. “E eu monitorei uma gatinha, a qual denominei de Maragata, fiquei monitorando ela durante um ano e meio. Nesse colar um sinal era emitido, e eu conseguia verificar onde ela estava e marcar todos os dias os pontos”, explicou, dizendo que depois de um tempo a Maragata acabou se acostumando com a sua presença, ressaltando que também a ensinou muito sobre a vida como um todo. “Por final ela teve cria e deixou eu chegar perto dela e do filhote, e pra mim foi extremamente gratificante. Na época era estagiária, então tive uma oportunidade única e rara”, contou.
DESAFIOS DA PROFISSÃO
Em relação aos desafios da profissão, a bióloga respondeu que é a desigualdade nas oportunidades, pois muitas vezes são disponibilizadas vagas específicas para os homens, o que a deixa bastante chateada. “Estamos aí lutando contra isso. Ainda tem um preconceito com mulher ser bióloga, porque as pessoas, empresas e os empreendedores, às vezes eles têm uma visão de que trabalho de campo, de pesquisa, principalmente de ir a campo, fazer as atividades ambientais têm que ser realizadas por homem. E também tem uma outra questão, que o biólogo é visto somente pra ficar cuidando de bicho e planta, e não é”, comentou, dizendo que a profissão tem uma série de oportunidades e meios de trabalho.
Ao descrever como é ser bióloga, Suelen mencionou uma frase que, segundo ela, é bastante usada pelas pessoas que trabalham na área. “Biologia não é uma profissão, é um estilo de vida. Então como eu descrevo ser bióloga é isso, é o meu estilo de vida. Eu me encontrei na biologia, me encantei e sou apaixonada pela minha profissão, eu sou apaixonada pelas atividades que eu realizo e todos os projetos que eu me envolvo, eu estou sempre bem envolvida”, destacou, dizendo que adora conhecer as riquezas locais, pois muitas vezes as pessoas acabam valorizando as outras regiões, e não conhecem a própria casa.
Totalmente apaixonada pela profissão, Suelen relembrou que até cogitou em começar com a biologia e depois trocar para a enfermagem por também gostar da área da saúde, mas que se encantou com a profissão e agradece por não ter trocado. Atualmente, ela trabalha na Mina do Seival como analista ambiental há mais de cinco anos, agora diretamente pela Seival Sul Mineração (SSM). “É muito legal acompanhar a atividade de mineração desde o começo, então eu lembro da mina quando ela era muito pequena, quando tudo começou e eu trabalho com os processos de monitoramentos ambientais e recuperação de áreas degradadas. E não é porque eu trabalho aqui, mas realmente é muito legal verificar como ocorre a atividade de mineração e como a gente consegue fazer uma série de monitoramentos ambientais, mitigação dos impactos ambientais e como a área fica recuperada”, finalizou.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*