Desde 2003, a Lei 10.741 que torna vigente o Estatuto do Idoso, estipula o dia 1º de outubro como o Dia Internacional do Idoso. Várias cidades do Brasil realizam atividades durante esse mês para comemorar a data e, também, alertar sobre os direitos e deveres dos idosos. Em Bagé, uma caminhada no centro da cidade realizada na tarde de segunda-feira, 3, abriu as comemorações e encerrou na Praça da Estação com atividades físicas.
Já em Candiota, o dia 1º foi especial, pois no Clube de Mães Mãe Cleci aconteceu uma festa para comemorar os 100 anos de Julieta Pereira Correa, conhecida como “Tia Julica”. O evento foi organizado pela sobrinha Mara e as amigas do Centro do Idoso. Nascida por parteira no Passo do Tigre, zona rural do município, em 1º de outubro de 1916, é filha de agricultores e carrega uma bagagem de muita história, lembranças e lutas.
A aniversariante relata que trabalhou por um longo tempo de cozinheira em estâncias e nas horas vagas do dia gostava de cantar e tocar violão. Aos 50 anos casou-se, não teve filhos, mas criou um sobrinho que atualmente mora próximo dela. Quando ficou viúva, em 1990, decidiu morar na sede do município. Uma de suas paixões é de dançar, conversar com as amigas e participar de festas.
Em relação à saúde, Julica garante que está bem. “Não tenho pressão alta. Tenho um pouquinho de dificuldade de enxergar e de ouvir, mas não me impede de ir ao mercado, na farmácia ou almoçar em outros locais de vez em quando”, diz. Além disso, o cardápio mais desejado pela idosa é uma boa carne gorda e um feijão novo com o tradicional “toucinho”.
Com um século de muita história e desafios, Julica revela o segredo de viver tantos anos e com saúde. “Não fumar, porque eu experimentei quando nova, mas não gostei. Cigarro tem gosto ruim e sei que faz mal pra saúde. Também caminhar muito. Eu caminho bastante. Tem gente que mora perto do mercado e vai de carro, quando o melhor seria ir de a pé”.
Na sede do município não há quem não conheça Tia Julica – um exemplo de mulher forte, guerreira e que a cada dia é uma página de novas histórias para a sua vida. “Tenho muitas amigas, por isso sou feliz. Tem a Mara, minha sobrinha, que cuida de mim”, declara.