MELHORIAS

Candiota pode retornar a ter um Hospital de Pequeno Porte

Pronunciamento foi feito pela secretária estadual Arita Bergmann, quando esteve em Candiota no último mês

No último dia 23, durante a cerimônia de reinauguração da Unidade Básica de Saúde (UBS) da sede de Candiota, a secretária estadual de Saúde Arita Bergmann, falou sobre a possibilidade de o município voltar a contar com um Hospital de Pequeno Porte (HPP) (Entenda no texto incluso no final desta matéria), por meio do Programa Avançar na Saúde, que é um plano de investimentos para obras ou aquisição de equipamentos, sendo para qualificação da rede hospitalar, assistência farmacêutica e UBS do Rio Grande do Sul.
Entre diversas falas, Arita falou que nos próximos dias um edital de recursos seria aberto para a inscrição de projetos, alertando os responsáveis pelo Pronto Atendimento (PA) 24h de Candiota, já que em sua visita ao local, a secretária avistou uma positiva capacidade de transformação do espaço. “Nos próximos dias estaremos lançando o edital de recursos, para que os Prontos Atendimentos e Hospitais de Pequeno Porte possam se adequar com até 30 leitos se for do interesse ou até mesmo 50, se quiserem se adequar e se tiverem projeto para se transformar em hospital de pequeno porte”, reforçou a secretária.
Nesta semana, a equipe do TP entrou em contato com o secretário de Saúde municipal, Fabrício Moraes, para saber sobre os benefícios que a modificação do sistema e espaço traria à população. Por sua vez, Bibi ressaltou que o município só tem a ganhar, e que a equipe poderia inclusive receber pessoas em tratamento paliativo com a ampliação dos serviços ofertados. “Muitas vezes estas pessoas vão para Bagé e ficam nos corredores ou acabam retornando pra casa. Com certeza seria muito importante, já que temos a estrutura e o mais difícil que é o Raio-X, que foi conquistado totalmente pela Secretaria municipal”, disse o secretário.
Além disso, Fabrício avista planos ainda mais amplos para a Saúde, visando à realização de pequenas cirurgias em Candiota. “Recentemente fomos visitar um hospital em Condor que é uma cidade menor que Candiota, e eles realizam pequenas cirurgias”, afirmou. Ao finalizar, Fabrício ressaltou que o projeto depende extremamente da gestão do PA, e que já contam com equipe qualificada.

Secretária Arita esteve no PA quando visitou o município no último mês Foto: Sabrina Monteiro TP

PROCESSO – O presidente da fundação Maria Anunciação Gomes de Godoy, Marcelo Dutra falou sobre o que é necessário para que o espaço possa ser transformado em HPP, e como está a movimentação da equipe após o pronunciamento de Arita.
Em explicação, Marcelo informou que há muito tempo estão buscando informações para que essa transformação seja realizada, e que a secretária, durante a visita, fez uma avaliação geral no espaço e nos equipamentos, afirmando que há condições de evoluir, já que contam com o Raio-X digital, saindo na frente de muitos municípios do Estado por conta do equipamento.
“Hoje, o que temos de principal problema é não ter cozinha industrial e lavanderia industrial, isso custa em média de R$100 mil, e já está no nosso planejamento à construção desses espaços”, pontuou. Ademais, Marcelo também citou que o prédio precisa contar com 12 a 30 leitos, e que a reforma da parte antiga do espaço também será realizada para a principal adequação, incluindo seis quartos com banheiro. “A secretária ainda nos colocou que num segundo passo, após o HPP, vamos entrar com força para cadastrarmos pequenas cirurgias no município”, ressaltou o presidente.
Ao finalizar, Marcelo informou que o edital abrirá neste mês de julho, ressaltando que a equipe já está encaminhada no processo, já que estão recolhendo as documentações necessárias há mais de um ano. Segundo ele, a informação repassada é que o edital será no valor entre R$500 a R$700 mil.
BANDEIRA – O ex-prefeito e atual presidente da Câmara, Marcelo Gregório (PSDB), se reportou sobre ao assunto durante a sessão na semana que passou. Marcelo sempre foi um defensor de que Candiota volte a ter um hospital nesta modalidade. Ele lembrou que quando deixou o governo em 2008, a cidade tinha a unidade, que depois foi transformada em Pronto Atendimento 24h.
Ele frisou que a saúde sempre foi uma das suas bandeiras e esta questão é central. Marcelo destaca que a cidade tendo um hospital, o sofrimento das pessoas diminui, porque na grande maioria dos casos, que são de baixa complexidade, não será necessário se deslocar para Bagé e muitas vezes ter que fica na fila ou nos corredores do Pronto Socorro, aguardando uma vaga, além do que pequenos procedimentos e cirurgias poderão ser feitos aqui também, aumentando a humanização do atendimento. “Estou à disposição para ajudar neste processo”, assinalou.
Local presta serviços de saúde há mais de 50 anos
No início de 1970, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), hoje privatizada, construiu o prédio onde atualmente funciona o Pronto Atendimento 24h da cidade, portanto há mais de meio século prestando serviços de saúde à comunidade local.
Até a emancipação de Candiota, em 1992, o local era mantido pela CEEE como um hospital de pequeno porte, com corpo clínico próprio da então estatal. Neste período, inclusive, eram realizados partos.
Em 1993, a Associação Beneficente e Filantrópica de Candiota (Abefic) foi quem assumiu a instituição, conveniando com a Prefeitura do já novo município de Candiota. Em 2005, a legislação privilegiava (como é até hoje) muito mais as fundações do que as associações, na gestão de hospitais, quando então com recursos doados pelo saudoso casal benemérito Álvaro e Maria Anunciação Godoy, foi criada a Fundação Assistencial e Beneficente Maria Anunciação Gomes de Godoy, que a partir de então passou a gerir o local, tendo o médico Jacob Ott como diretor clínico.
A partir de 2009, por questões burocráticas e financeiras, que dificultaram a manutenção de um hospital, o local perdeu esta classificação e passou a ser um Pronto Atendimento 24 horas, o que se mantém até hoje, sendo que o principal aporte financeiro para sua manutenção é feito por um convênio, onde a Prefeitura compra serviços de saúde da Fundação.
Popularmente, o local ainda é chamado de hospital por grande parte da comunidade, situação que agora pode de fato e direito se tornar novamente uma realidade.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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