APRENDIZAGEM

Candiotense diagnosticada com autismo já está alfabetizada aos cinco anos de idade

Ariel Maciel Monteiro a partir do próximo ano irá para a segunda fase da pré-escola

Pequena Ariel já escreve, inclusive, no computador Foto: Divulgação TP

A pequena Ariel Maciel Monteiro, cinco anos de idade, diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), surpreendeu os pais Lilian Maciel e Matheus Monteiro ao começar a ler, sozinha, pela primeira vez quando tinha cerca de dois anos e meio de idade. Ela a partir do próximo ano enfrentará a segunda fase da pré-escola na cidade de Candiota, onde reside.

Em conversa com a mãe Lilian, ela contou que a primeira vez em que viu a filha lendo, foi algo surpreendente. “Eu estava preparando o leite dela e deixei a mistura láctea de morango na mesa, quando eu fui entregar o leitinho ela, surpreendentemente, estava lendo o rótulo da lata”, relembrou, dizendo que a partir disso a filha não parou mais de evoluir, lendo tudo o que via pela frente, seja letreiros, rótulos, revistas, livros, ou qualquer coisa que esteja ao seu alcance.

Lilian contou que após o episódio, informaram a neurologista e também a psicopedagoga que atendem a pequena, para falar sobre o que estava acontecendo, além de começarem a estimulação de forma mais acertiva, sempre que Ariel permite, respeitando o tempo dela.

 

OUTROS IDIOMAS E ATIVIDADES

Ainda segundo contou a mãe, a pequena já consegue ler e escrever tudo em português, sendo que também consegue fazer as duas coisas em inglês. “Como o movimento de pinça dela ainda está em desenvolvimento, ela escreve pouco no caderno e no quadrinho, porém, em aparelhos eletrônicos como telefone e computador, ela consegue escrever tudo, com pontos, vírgulas, espaços, e diferencial de letras maiúsculas e minúsculas”, ressaltou.

Em relação as atividades, Lilian explicou que o hiperfoco da filha é a música, dizendo que ela ama dançar e cantar, mencionando que como também há facilidade na escrita e na leitura, os pais acreditam que ela veja isso como uma forma de brincadeira. “Acredito que tudo que ela nos mostra que gosta e nós conseguimos incentivar e estimular, desperta nela o interesse genuíno. Temos à disposição bem visível e de fácil acesso dentro de casa livros, canetinhas, lápis de cor, cadernos, tintas, para quando ela sentir vontade ela poder usar a criatividade dela como achar melhor”, falou, explicando que ensinaram os locais corretos para escrever, mas que não se importam se ela rabiscar paredes, armários ou qualquer outro local. “Isso faz parte das casas que tem crianças, a bagunça é um processo natural e nós nunca sufocamos a artista”, brincou Lilian.

 

DIAGNÓSTICO E ENSINO

Ao final da conversa, Lilian lamentou o pouco suporte no município em relação a crianças especiais, como no caso de Ariel, mencionando que a filha não pode ser diagnostica com hiperlexia – transtorno de desenvolvimento que se caracteriza pela capacidade precoce de leitura, geralmente entre os 2 e os 5 anos de idade, pois a cidade, segundo ela, não dispõe do suporte necessário para crianças que precisariam subir de séries para o pleno desenvolvimento.

Sobre o acompanhamento que a pequena recebe atualmente, Lilian informou que leva Ariel para atendimentos em uma clínica particular no município, com aporte de atendimentos pela Prefeitura, já que o novo prédio do Centro de Reabilitação e Apoio (CRA) ainda não está pronto. “Alguns eu pago particular e está sendo maravilhoso pra ela”, mencionou, destacando que na pré-escola Gente Feliz, em Seival, a filha recebe muito apoio da monitora. “O que mais importa é incentivar os pais a não ter medo, mas o principal, chamar a atenção para que o próprio município cresça em relação ao suporte que é tão necessário”, finalizou.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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