Caráter

Leandro Karnal, historiador e professor, um dos mais conceituados palestrantes do Brasil, já falou que um cidadão ser golpista tem duas explicações: se for jovem, o fracasso da educação brasileira; se for mais velho, é falta de caráter.
Caráter é uma palavra que muitos falam e poucos sabem o que quer dizer. Caráter é algo que se atribui a pessoas que têm virtudes, entre elas paciência, gentileza, humildade, respeito, altruísmo, capacidade de perdoar, honestidade e compromisso.
Respeitar as regras estabelecidas é uma virtude de caráter. Não respeita, não tem.
Isto não significa que não possamos ser contra algo estabelecido. Porém, devemos seguir os ritos estabelecidos para a alteração e evolução dos conceitos.
A Constituição brasileira pode ser alterada por mudanças constitucionais. Vivemos numa democracia. Um golpe de estado é um golpe na Constituição brasileira. Provavelmente por isso, Karnal afirma que ser golpista é falta de caráter. Não deve ser só por isso. Falta de compromisso com o respeito as regras são demonstrações de falta de caráter.
Logo, o país, com ampla maioria do povo que aceita o resultado das urnas, gostando ou não, espera que alguns baderneiros financiados por interesses inconfessáveis, associados a um grupo de riquinhos que podem não trabalhar para fazer baderna, se recolham e parem de virar piadas em portas de quartéis. Brasil e o mundo de hoje são muito diferentes do mundo de 1964, ano em que a maioria dos que estão vivos nem havia nascido.
O povo e as urnas que elegeram Bolsonaro são o mesmo povo e as mesmas urnas que não elegeram Bolsonaro.
Enquanto isso, a agenda oficial de compromissos do presidente eleito Lula, continua, bem como a transição começa sem maiores percalços, tudo como manda o figurino, diria alguém com os anos que eu tenho. Há frases que denunciam a idade.
Muitos jovens não lembram dos anos que Lula foi presidente. Muitos tratam os governos de Dilma como governos de Lula. Não foram. Dilma de Lula tem quase nada. Espero de Lula seja um presidente otimista e que torne o Brasil um país mais feliz. Quero ver o Brasil na liderança de um conjunto de países da América do Sul, da América Central e da África, pelo menos. O Brasil tem compromissos históricos com os povos nativos das américas e com os povos africanos, seja por nossa dívida histórica com os povos indígenas, seja com os povos africanos escravizados por aqui.
Quero ver um Brasil que dê motivos para os brasileiros se sentirem bem no contexto das nações, o que se observará quando voltarmos a ter relações exteriores produtivas, respeitosas, e acordos econômicos e culturais que promovam os viventes de muitos lugares do mundo.

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