Está em fase de conclusão a primeira Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) da Companhia Riograndense de Mineração (CRM) em Candiota. Localizada junto à draga, a ETE, segundo o presidente da Companhia, Ademir Baretta, está praticamente pronta.
Conforme Baretta, já existiam projetos, porém não havia recursos ou decisões de gestão para a construção. “As malhas 1 e 2, no Candiotão, foram exploradas por quase 50 anos e tínhamos cobrança permanente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para recuperar a área. Recuperamos 100% dessas malhas com a construção de ETES para tratamento de todos os resíduos”, afirmou, ressaltando que a grande ação é a recuperação ambiental.
Baretta explicou que o passivo ambiental não é visto por pessoas que não são da área, mas sim pelos órgãos ambientais. “Até 2023 cada área degradada, impactada, minerada, era recuperada 1,34%, ou seja, mais do que era degradado. Nos últimos seis meses que paramos de minerar com a paralisação da Usina de Candiota, concentramos todas as energias na recuperação. Ainda não temos o cálculo do que já recuperamos, mas recuperamos 100% das malhas 1 e 2, e estamos fazendo a ETE. Em Minas do Leão que está há 10 anos desativado, estamos com quase 100% da área pronta para ser recuperada, com toda terra vegetal em cima do carvão, local que deve ser entregue até 2025 toda recuperada. Tínhamos a Mina do Iruí, em Cachoeira do Sul, toda estruturada que nunca foi minerada, retirada carvão, mas havia uma área gigantesca degradada e, possivelmente, até final do ano estará 100% recuperada”.
SOBRE A ETE

Para finalizar ETE falta a colocação da pedra calcária nas bacias de decantações Foto: Divulgação CRM/Especial TP
Conforme a direção da Companhia, a função da ETE é tirar a acidez da água decorrente da mineração e depois devolver aos córregos e riachos. O processo é feito através de grandes bacias de decantação e purificação. “É colocada uma camada de calcário, pedra calcária. Inclusive, acabamos de licitar a compra das pedras calcárias que vão filtrar essa água e retirar a acidez antes de ser liberada na natureza”.
Ao jornal, o engenheiro da CRM Marcel Nunes Fróes, explicou que o sistema de tratamento de efluentes será composto por banhados construídos, com a área necessária para tratamento de 21.585 m². Serão construídos 2 banhados sequenciais com dimensões de 75 m de largura, 150 m de comprimento e 1m de profundidade. “A água a ser tratada irá percorrer o sistema de tratamento – ETE- por ação da gravidade. As águas passarão por uma camada de 0,20 m de calcário moído, o qual deverá ser coberto por uma camada de 0,40 m de material orgânico e/ou areia pra fixação da vegetação (Typha sp.). Esse sistema é chamado popularmente de banhados construídos. A lâmina d’água usual no sistema poderá ser de até 0,20 m, a qual deve ser controlada com uso de régua linimétrica (se refere ao conjunto de réguas instaladas na seção de um rio para o informe das alturas de nível d’água, as quais têm relação direta com as vazões correspondentes)”.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*