Coopampa busca o crescimento do produtor e da cooperativa Foto: Divulgação TP
A pandemia ocasionada pelo novo coronavírus não impediu os avanços para a Cooperativa de Produção Agropecuária do Pampa Gaúcho, a Coopampa, em Candiota. Criada a partir da crise do leite e a necessidade dos produtores candiotenses com um aporte na área da bacia leiteira, foi fundada em 27 de dezembro de 2017 a cooperativa no município.
O CNPJ só foi validado em maio de 2018, possibilitando a organização e atendimento dos 87 sócios ativos já integrantes da Coopampa e que juntos, chegavam a uma produção de 90 mil litros de leite ao mês.
A reportagem conversou com o presidente da Coopampa, Marcio Rogério dos Santos que disse que atualmente a cooperativa colhe bons frutos, porém ele relembra um início com muitos problemas. “Passamos por momentos difíceis quando a produção era conduzida para a Indústria Cosulate. O preço não acompanhava o mercado, desmotivando o estímulo de ir adiante com o projeto. Mas como dirigentes, sempre buscamos apoio junto aqueles que acreditavam num futuro melhor e em 2019 fechamos uma parceria com a Associação Municipal de Produtores de Leite de Pedras Altas (Amplepa), Cooperativa Agrícola Mista Aceguá Ltda (Camal) e CCGL, quando passamos a fornecer nosso produto direto para a Indústria CCGL através dessa parceria. A partir daí começamos a dar um passo importante para o desenvolvimento da bacia leiteira no município, com pagamentos para os produtores em dia e melhores preços, levando ao crescimento da cooperativa”, relatou Márcio.
Visita da diretoria e produtores a CCGL Foto: Divulgação TP
O presidente também destacou o importante apoio da Prefeitura de Candiota e Câmara de Vereadores no processo. “Conseguimos o fundo rotativo, recurso que nos ajudou na compra de sementes para o fortalecimento das pastagens. Também tivemos tratores e implementos agrícolas, caminhões para o transporte do leite, um veículo para a locomoção da direção e o convênio de um galpão onde funciona a sede da Cooperativa”, destaca.
A PRODUÇÃO – De acordo com Márcio, o preço do litro de leite pago em janeiro de 2018 variava de R$ 0,68 a R$ 0,70. Com um total de 90 sócios produtores a Cooperativa chegou a entregar uma produção de 90mil litros de leite.
Em 2020, passados três anos, os números são surpreendentes. Atualmente 67 produtores fornecem leite para a Coopampa, em uma produção mensal de 261 mil litros ao mês. Por outro lado a falta de chuvas já trouxe prejuízos no último mês. Conforme Marcio, houve uma queda de cerca de oito mil litros na produção em razão das poucas chuvas. “A quantidade da produção melhorou, entregamos um produto de qualidade, dentro das normas e exigências das IN 66/67. Seguindo esse protocolo de qualidade a Cooperativa juntamente com a CCGL vem pagando um dos melhores preços do Estado. Comparando o preço lá do início, a Cooperativa hoje mais que triplicou o preço do litro do leite, pagando em torno de R$ 1,82 no litro. Hoje o produtor recebe pela quantidade e qualidade do produto entregue”, ressalta o presidente.
Atualmente, a Cooperativa conta com mais de seis colaboradores e há um movimento médio de R$ 500 mil no comércio local, além de um importante trabalho do Conselho Fiscal.
Isaias Corrêa, do assentamento Conquista do Paraíso, começou a vender leite em 2003 e integra a cooperativa desde o início Foto: Divulgação TP
PARA O PRODUTOR – O TP conversou com dois produtores de Candiota integrantes da Coopampa. Eles manifestaram muita satisfação com os resultados obtidos através da cooperativa. Isaias da Rosa Corrêa, morador do assentamento Conquista do Paraíso e que faz parte da Coopampa desde o início, contou ter começado a vender leite por volta de 2003 após chegar ao local. “Tivemos muitas dificuldades no começo, mas era a única renda mensal que tínhamos. De lá pra cá tivemos muitas mudanças na rota do leite, momentos bons e momentos ruins, mas hoje, graças a Deus e o esforço de todos, temos conseguido chegar numa melhora muito importante para a bacia leiteira”, afirmou.
Isaias, que trabalha com 12 vacas e alcança uma média mensal de 4.500 a 5 mil litros de leite ao mês, falou da importância da cooperativa. “No conjunto produtor e cooperativa temos alcançado resultados satisfatórios para todos. Hoje temos preço justo e pagamento em dia, coisa que desde que comecei na bacia leiteira nunca se viu. Já estamos conseguindo investir nas vacas e também em nossa família, o que antes não era possível”, contou.
O trabalho com o tambo e a cooperativa atraiu novos produtores em 2020. Apesar da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus que alterou a economia de milhares de famílias, Candiota contou com novos investidores na área da bacia leiteira. Jorge Antunes e Ana Cláudia da Cunha, moradores do assentamento Vitória do São João, distante cerca de 25km da sede do município são exemplos. O casal investiu em torno de R$ 85 mil e hoje conta com 18 vacas, sendo 13 em lactação e uma produção média de 210 litros por dia.
Eles entraram para a cooperativa há dois meses e também mostram satisfação. “Resolvemos fazer parte da cooperativa por termos sido acolhidos. A Coopampa nos oferece suporte técnico, auxílio na compra de insumos para a produção e consegue manter um bom preço no leite. Quanto ao investimento não sentimos medo, pois o leite é um mercado que está sendo valorizado e a Cooperativa busca cada vez mais o crescimento. Sabemos que no início não é fácil como não está sendo, mas devagar e com os pés no chão pretendemos investir em infraestrutura na propriedade visando nos fortalecer como produtores”, relatou Ana Claudia.
Na propriedade de Ana e Jorge, estrutura do tambo ainda está em fase de construção Foto: Divulgação TP
2021 – Questionado quanto às perspectivas futuras da Cooperativa, Marcio diz que como dirigente está sempre em busca do que há de melhor para o associado. Ele aproveitou para fazer referência ao Executivo. “O apoio do atual prefeito Adriano foi fundamental para a Coopampa e para o ano que se aproxima, desejamos um bom trabalho aos vereadores eleitos, e reeleitos, assim como ao prefeito eleito Luiz Carlos Folador e seu vice Paulinho Brum. Precisamos de parceria para melhorar cada vez mais essa nossa atividade na cidade e continuar mantendo nossos produtores no campo”, concluiu.
