CPI da Covid

Acompanhando o desenrolar da CPI da Covid no Senado. Ninguém sabe onde vai chegar esta CPI, se é que alguém pensou seriamente sobre o assunto antes de começar o enredo.
Aliás, enredo é o que não falta nos depoimentos registrados até aqui. Enquanto alguns visam se safar, outros tentam livrar o presidente do enrosco. No final das contas, não há como esconder o óbvio, estamos chegando a meio milhão de pessoas que morreram e morrerão mais de meio milhão em razão de uma doença que poderia ter tido muito menor impacto que teve, com centenas de milhares de mortos a menos, se houvesse governo competente para tratar do assunto e encaminhar soluções.
Após demitir o ministro Mandetta, em 17 de abril de 2020, Bolsonaro defendeu o fim do isolamento e disse: “Então, essa briga de começar a abrir para o comércio é um risco que eu corro porque se agravar vem para o meu colo”.
O presidente tem sido o maior aliado da disseminação do vírus e não deixa, até hoje, de dar exemplos de como o povo pode se comportar mal observando o que ele faz, não usando máscaras, promovendo aglomerações, não se vacinando como se estivesse imune (e não está) por já ter pego covid.
Aliás, pegou de tanto vacilar.
Se a CPI foi instalada para pegar “tubarões”, pode começar pelo presidente, sem nenhuma dificuldade para chegar nele. Ele e Pazzuelo, um general de divisão que virou ministro da saúde e que só fez envergonhar o exército nacional, indefensável ao desfilar num shopping sem máscara em meio ao auge das mortes por covid no país.
O problema da CPI é como ela sai deste enrosco em que está metida. Meio milhão de mortes de pessoas que foram infectadas exigem responsabilizações.
Para complicar a vida dos implicados, basta comparar o Brasil com os Estados Unidos.
Em cem dias o novo governo americano de Joe Biden diminuiu as mortes por covid em 75%. E continua diminuindo rapidamente. Bastou colocarem no poder um presidente que conseguiu que as equipes de saúde aplicassem mais de duzentos milhões de doses de vacinas em cem dias de governo.
Aqui, chegar aos principais responsáveis pelo que acontece no país nos últimos meses é fácil. Punir são outros quinhentos.
Eu sou contra o impeachment de Bolsonaro. Ele é o que sempre foi. Caberá a maioria do povo tirar ele do poder em 2022, se assim achar melhor. Depois, o judiciário que cuide de julgar o comportamento do presidente e suas implicações durante a pandemia.

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