ÉPOCA DE CORONAVÍRUS

Decretos municipais mudam rotina de produtores durante pandemia em Hulha Negra

Em meio as medidas e restrições, perdura a solidariedade

Na agroindústria, entregas estão sendo feitas por apenas um integrante Foto: Divulgação TP

O caso do taxista de Hulha Negra internado na Santa Casa de Caridade de Bagé com suspeita de coronavírus fortaleceu a orientação para que a população permaneça em suas residências e só circulem pela cidade em casos de extrema necessidade.

O TP já mostrou o trabalho daqueles que não param durante esse período, que são servidores de categorias consideradas essenciais nos municípios e o quanto seus trabalhos são importantes, assim como daqueles que precisaram adotar novos sistemas e plataformas digitais.

Desta vez, também utilizando as plataformas digitais para entrevista, conversamos com o produtor Henrique Outeiro, da agroindústria Cozinha da Tia Zane, de panificados de Hulha Negra, para mostrar as mudanças na produção e entrega de produtos.

Conforme Henrique, desde o início da pandemia do coronavírus e as primeiras orientações das autoridades públicas para restrição de circulação, o trabalho teve continuidade, porém em ritmo reduzido na agroindústria. “Nossa rotina mudou bastante, chegamos a uma redução de cerca de 60% na produção, mas seguimos mantendo o abastecimento para os quartéis de Bagé e fornecendo alimentação aos mercados parceiros. Também diminuímos as viagens até a cidade, pois estamos evitando ao máximo sair de casa, por acreditarmos ser a medida correta em prol da saúde de todos”, afirma.

Outeiro também contou ao TP que apenas um integrante da família está fazendo as entregas com reforço das exigências sanitárias. “Nós não estamos usando máscaras, até por que a recomendação da Organização Mundial de Saúde é pra que apenas contaminados ou que apresentem sintomas usem, porém estamos saindo de casa equipados com três frascos de álcool gel, álcool liquido pra higienizar maçaneta, volante e painéis do veículo, além de água sanitária pra higienizar caixas e o interior do furgão”, conta.

Questionado sobre os impactos econômicos, Henrique diz que a agroindústria já sofreu por se tratar de uma reação em cadeia. “Estávamos confirmados em um grande evento em Rio Pardo que foi cancelado devido à pandemia. Escolas, que compram da agricultura familiar também estão fechadas e como há uma diminuição em cadeia da arrecadação das famílias em geral, as vendas externas e dos supermercados também caem. É um período complicado e com medidas severas, mas que precisamos passar por ele para termos força após essa pandemia”, relata o produtor.

SOLIDARIEDADE – Apesar do momento difícil vivido pela família Outeiro Câmara, da agroindústria Cozinha da Tia Zane, a preocupação com o próximo continua a frente do estabelecimento, localizado no interior do município. Em razão de ter conhecimento de famílias com vulnerabilidade social, a agroindústria está se disponibilizando para ajudar.

Ao TP, Henrique Outeiro contou que pensando em quem pode estar passando por dificuldades, a agroindústria está disponibilizando alguns quilos de alimentos para real emergência. “Pedimos para que quem esteja passando por dificuldades nesse sentido entre em contato no nosso whatsapp e tentaremos ajudar, ou tentaremos fazer chegar esses produtos de maneira segura a essas pessoas. Somos uma empresa humilde, mas entendemos que com pouco também se faz muito. O nosso slogan é: ‘Da nossa família para a sua’, tema que se faz ainda mais atual em um momento como este”, explica.

Veículo está equipado com álcool gel conforme determinam os agentes sanitários Foto: Divulgação TP

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