HABITAÇÃO

Defensoria pede que CGT Eletrosul avalie os imóveis pelo valor dos terrenos em Candiota

Em conversa com o TP, o defensor Rafael Magagnin assinala que negociações estão avançando, porém, por se tratar de algo complexo, as coisas acontecem de forma mais lenta

Negociações estão sendo realizadas Foto: Camila Schäfer/Especial TP

Nesta sexta-feira (19), uma nova reunião de negociações aconteceu entre a Defensoria Pública do Estado (DPE-RS) e a CGT Eletrosul, avançando nas conversações para encontrar uma saída que seja viável e contemple todas as partes envolvidas nos imóveis que pertencem à subsidiária do grupo Eletrobras tanto em Candiota como em São Jerônimo.

Desde que a situação se apresentou, em maio deste ano, quando a estatal anunciou a possibilidade de um leilão dos imóveis (agora suspenso), que cerca de 400 famílias das vilas Operária e Residencial, em Candiota, vivem uma angústia- que hoje é bem menor, especialmente após a intermediação da DPE/RS, que foi chamada a ajudar no processo pela Prefeitura de Candiota.

Defensor Rafael Magagnin (D) explicou como estão as negociações Foto: Camila Schäfer/Especial TP

Nesta semana, o TP conversou por mensagem com o defensor público dirigente do Núcleo Defesa do Consumidor e Tutelas Coletivas (Nudecontu), Rafael Magagnin, que trouxe uma atualização nas tratativas entre a empresa e o órgão.

O defensor disse que no momento as negociações estão evoluindo bastante, quando já aconteceram cerca de cinco reuniões – a última, como já referido, nesta sexta-feira. Rafael destaca que a empresa está sensibilizada com a questão de uma nova avaliação pedida pelos moradores e pela Defensoria, lembrando que isso vem acontecendo, pois, um novo trabalho de campo com novas visitas já ocorreu.

Ele chama atenção que ainda não se tem esta nova avaliação dos valores das casas – que num primeiro momento foram estimadas com valores considerados fora da realidade. “Estamos trabalhando com a empresa de uma forma bem forte, de que as avaliações levem em conta os valores dos terrenos apenas. Nós entendemos que as casas só estão de pé até hoje por causa da atuação dos moradores, que sempre fizeram melhorias e a conservação delas. A empresa tem se mostrado muito sensível ao nosso apelo neste sentido”, pondera Rafael.

De forma objetiva, o defensor pontuou que a proposta da DPE/RS à CGTE Eletrobras é de que esses imóveis sejam vendidos pelo valor dos terrenos e que também possa haver alguma participação do município nestas negociações, especialmente nas áreas de uso comum. “Nós precisamos negociar um valor justo e isso já há concordância e avançamos neste sentido. Agora estamos num procedimento de solução”, aponta.

Cerca de 400 famílias em Candiota aguardam o desfecho do processo Foto: Camila Schäfer/Especial TP

TEMPO – Rafael reforça a questão temporal para explicar que este problema complexo não se resolve tão rapidamente. “Esta é uma situação construída ao longo de muitos anos, décadas até, e a empresa também, de certa forma não tomou as providências e neste período as pessoas foram se estabelecendo, se consolidando nos imóveis. Agora vai se levar um tempo para se ter um desfecho e isso não é do dia para noite. O interessante é que o diálogo está aberto e acontecendo de forma franca. Nós queremos e estamos trabalhando para um grande acordo que envolva o município, a empresa, os moradores e a Defensoria, onde todos sejam contemplados na medida de sua proporção, sem que o direito de ninguém seja violado. Nada será atropelado neste processo. Sabemos da ansiedade, mas as coisas estão caminhando”, tranquilizou o defensor.

* Conteúdo originalmente publicado no jornal impresso

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